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Sem citar celular no campo, TJD arquiva inquérito sobre final do Paulista

Inquérito que investigava possível interferência externa foi arquivado pelo TJD - THIAGO BERNARDES/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Inquérito que investigava possível interferência externa foi arquivado pelo TJD Imagem: THIAGO BERNARDES/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

23/04/2018 18h10

O relatório final do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) determinou o arquivamento do processo que investigava se houve interferência externa na final do Campeonato Paulista, entre Palmeiras e Corinthians. O relator Marcelo Monteiro considerou que "não há qualquer indício mínimo de materialidade ou autoria" e que "a tese de influência externa não ficou minimamente demonstrada".

Com a decisão pelo arquivamento, o inquérito está finalizado. Porém, ainda cabe recurso do Palmeiras, da Federação Paulista de Futebol ou da procuradoria do tribunal, desde que surjam fatos novos - o que pode iniciar uma nova investigação sobre a final, desta vez no Pleno do TJD.

Ao ler o relatório nesta segunda-feira (23), Monteiro não mencionou o material reunido pela empresa privada de investigação Kroll, contratada pelo Palmeiras, que mostra vídeos de um membro da FPF, Marcio Verri Brandão, com um celular na mão à beira do campo durante a confusão entre a marcação de pênalti sobre Dudu e a revisão da marcação oito minutos depois.

Segundo ele, esse material não constava nos autos do processo. "Nos últimos dias, ouvi comentários sobre a contratação de uma empresa de investigação. No entanto, nos autos, nada existe nesse sentido. Sequer houve pedido de juntada de prova com base na produção de empresa de caráter privado. Desconhecemos nos autos qualquer prova nesse sentido", disse.

Na última terça (17), após quase oito horas de depoimentos dos envolvidos no caso, o TJD negou pedido do Palmeiras para prorrogar o prazo do inquérito por até 15 dias para juntada de provas adicionais, com base em imagens de emissoras de TV. O tribunal usou como justificativa a necessidade de o processo correr rapidamente.

Em seu relatório, Monteiro apontou que todas as testemunhas ouvidas negaram a existência de interferência externa. Sobre as contradições em alguns dos depoimentos, ele disse que elas "não foram consideradas determinantes" e "não estavam ligadas à indagação geral" sobre a ocorrência ou não de influência externa.

Sobre o material apresentado nos autos pelo Palmeiras, o relator considerou que os vídeos do dia da final e os relatórios técnicos sobre as atuações do árbitro Marcelo Aparecido de Souza em outras partidas "acrescentaram pouco". "Se hipoteticamente houve a influência externa, ninguém admitiu ou trouxe um fato certo e determinado nesse sentido", declarou.

O caso ainda não acabou. O Palmeiras já definiu que vai entrar com pedido próprio de impugnação da partida até quarta-feira (25). Nesse segundo pedido, já serão anexadas as imagens editadas pela Kroll de forma a mostrar Verri com o celular à beira do campo.