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Andrés aposta em estratégia que deu pouco resultado no Corinthians em 2016

Andrés Sanchez voltou à presidência do Corinthians depois de seis anos - Daniel Vorley/AGIF
Andrés Sanchez voltou à presidência do Corinthians depois de seis anos Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

28/04/2018 04h00

O Corinthians anunciou a contratação de três jogadores desconhecidos e jovens nas últimas semanas. O pacotão alvinegro de apostas é encabeçado pelo centroavante Matheus Matias, trazido já sob a tutela de Andrés Sachez depois de um começo fulminante no ABC que o alçou ao posto de artilheiro do Brasil em fevereiro passado.

Além da promessa de 19 anos, o Corinthians surpreendeu ao acertar com o meia Thiaguinho e o atacante Bruno Xavier, destaques no Nacional na Série A2 do Campeonato Paulista. A estratégia do "bom e barato" não é uma novidade no Corinthians e tem sido colocada novamente em prática em meio às dificuldades financeiras cada vez mais frequentes no dia a dia do clube.

A última tentativa de o clube promover a chegada de reforços desconhecidos e com eventual potencial de sucesso, entretanto, deu pouco resultado. Se as contratações de Ralf (2010), Leandro Castán (2010), Paulinho (2011) e Romarinho (2012) funcionaram, os acertos recentes com Bruno Paulo, Luidy, Jean e Gustagol são exemplos negativos da postura corintiana em relação ao mercado.

Matheus Matias - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Matheus Matias é uma aposta corintiana
Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Todos eles têm contratos longos com o Corinthians e acabaram emprestados após poucas (ou nenhuma) aparições. Nos quatro casos, houve um segundo empréstimo. Bruno Paulo, por exemplo, assinou por três anos após se destacar pelo Audax no Paulistão 2016. Depois de atuar em um jogo amistoso, acabou negociado com o Santa Cruz. O atacante chegou a voltar ao clube paulista, treinou em horários alternativos e acertou com CRB na última semana.

Luidy, por sua vez, chegou ao Corinthians em setembro de 2016, na gestão Roberto de Andrade, do mesmo grupo político de Andrés. Naquela ocasião, o diretor de futebol era Edu Ferreira, que voltou à cena política corintiana depois do retorno de Andrés à presidência em fevereiro passado - ele atua na sede social como articulador político.

Assim como os três reforços atuais, Luidy era tratado com uma promessa que precisava de uma boa estrutura para obter avanço físico. O mesmo discurso voltou à tona nos últimos meses, com Matheus Matias, tratado por Andrés como um futuro artilheiro no Corinthians.

Crítica à gastança

O presidente do Corinthians fez críticas abertas à gestão do Palmeiras nesta sexta-feira. Andrés chegou a citar o salário do meia-atacante Dudu e uma eventual proposta salarial a Ricardo Goulart, que chegaria a R$ 1,5 milhão mensais, além de R$ 50 mil por jogo.

Corinthians - Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians - Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Corinthians acertou nos últimos dias com o meia Thiaguinho e o atacante Bruno Xavier
Imagem: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

O Corinthians comandado por Roberto de Andrade, segundo sucessor de Andrés no clube alvinegro, acabou marcado também por esbanjar e conseguiu pouquíssimos resultados em relação às contratações milionárias.

Após o desmanche do time campeão brasileiro de 2015, a diretoria corintiana desembolsou pouco mais de R$ 36 milhões com o quinteto Giovanni Augusto (R$ 15 milhões), Marquinhos Gabriel (R$ 10,5 milhões), Guilherme (R$ 5,7 milhões), Marlone (R$ 4 milhões) e Alan Mineiro (R$ 1 milhão).

Apenas Marquinhos Gabriel ainda faz parte do elenco do Corinthians, ainda assim sem muito espaço na equipe titular do técnico Fábio Carille. Todos os outros, depois de fracassos com a camisa alvinegra, foram emprestados a outros times.