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Bruno Alves troca rivalidade por admiração e se apoia em Rodrigo Caio no SP

Bruno Alves deve completar a 17ª partida pelo Tricolor, no próximo sábado - Marcello Zambrana/AGIF
Bruno Alves deve completar a 17ª partida pelo Tricolor, no próximo sábado Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/05/2018 04h00

Rodrigo Caio poderia ser um problema para Bruno Alves. Jogador consolidado, com oito temporadas como profissional do São Paulo, aspirante à Copa do Mundo e frequente alvo de clubes europeus. Um jogador badalado que tornaria mais raras as chances de seu concorrente, de carreira mais modesta e contratado há menos de um ano do Figueirense. O que se vê no Tricolor, entretanto, é um laço inesperado e forte entre os dois defensores.

Neste contexto, para Bruno, poder voltar ao time titular não traz apenas felicidade. O retorno foi provocado pela lesão de Rodrigo contra o Ceará, na segunda rodada do Campeonato Brasileiro. O camisa 3 chegou a pensar que havia fraturado o pé esquerdo, mas exames mostraram apenas uma entorse no local e a recuperação não deve demorar tanto. Bruno pôde jogar contra o Fluminense no último domingo, deve seguir no posto contra o Atlético-MG, no sábado, mas ainda assim lamentou demais pelo ocorrido com o amigo.

A relação de amizade dos zagueiros se intensificou há menos de dois meses. Em 13 de março, Bruno já acumulava cinco partidas sem ser utilizado quando ficou fora até do banco de reservas em partida contra o CRB, pela terceira fase da Copa do Brasil. Rodrigo, preocupado com um eventual desânimo do concorrente, ligou para o colega e transmitiu confiança, pedindo que o beque não se abatesse com o corte.

Rodrigo Caio já corre em volta do gramado no CT da Barra Funda - Érico Leonan/saopaulofc.net - Érico Leonan/saopaulofc.net
Rodrigo Caio já corre em volta do gramado no CT da Barra Funda
Imagem: Érico Leonan/saopaulofc.net

Rodrigo, apesar de ser um pouco mais reservado, sempre teve liderança importante no elenco. Atitudes como a que apresentou com Bruno reforçam essa imagem e justificam a reação de outros companheiros com seu choro no jogo contra o Ceará. Já Bruno sempre foi visto como "bom de grupo" no São Paulo, preocupado em conversar com os colegas que jogam pouco, em elogiar os que estão em boa fase e animar aqueles que foram mal. Justamente o tratamento que recebeu de Rodrigo em um momento complicado.

Além da admiração e amizade fora de campo, os dois já estiveram juntos representando o São Paulo em nove partidas, entre 2017 e 2018. Essa formação não é considerada a titular no Tricolor, que vê Arboleda e Rodrigo como os principais zagueiros por enquanto, mas mostra que o setor é o mais bem resolvido de um time problemático. A defesa é a melhor em 11 anos, passados 25 jogos de uma temporada, mesmo com revezamento constante das peças e até do sistema, já que o técnico Diego Aguirre tem variado de dois para três defensores.

No ano, a zaga não foi vazada em 14 de seus 26 compromissos, sendo que Bruno esteve em campo em nove deles. Rodrigo, em 12. Segurança que fez com que a diretoria aceitasse liberar Aderllan para o Vitória até o fim do ano. E que faça também com que outro nome badalado da posição, Anderson Martins, tenha mais calma para superar problemas físicos antes de voltar a ser utilizado com mais frequência.