Viúva de Sócrates defende Roger em homenagem e o compara a Emerson Leão
A imagem do atacante Roger como garoto-propaganda em uma homenagem à Democracia Corinthiana recebeu uma enxurrada de críticas nas redes sociais na noite desta quarta-feira. Para muitos, a presença do atacante, eleitor declarado do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), contraria os valores pregados ao longo da vida por Sócrates, idealizador do movimento e grande estrela da ação de marketing do clube, com direito a escultura do "Doutor".
Roger apareceu com uma réplica da camisa usada nos tempos da "Democracia Corinthiana", movimento que mexeu com o futebol brasileiro no começo dos anos 1980, quando o país brigava pela abertura político em meio à ditadura militar. O atacante, como outros presentes na cerimônia realizada antes do duelo contra o Independiente, pela Libertadores, ergueu o punho no gesto característico de Sócrates. Em contato com o UOL Esporte, a família do craque não viu problemas na presença do jogador.
Para Katia Bagnarelli, viúva do ex-camisa 8 corintiano, é preciso respeitar a escolha do Corinthians, pois a ação defendeu exatamente a "atuação cidadã de todos", uma das bandeiras da "Democracia". Katia, inclusive, chegou a comparar Roger ao ex-goleiro Emerson Leão, um dos destaques do time à época, que era contrário ao movimento.
"Precisamos nos lembrar do que se tratou o movimento que repercutiu pelo mundo. Na liderança, Sócrates defendeu que todos fossem tratados como iguais, independentemente de sua posição de voto ou postura partidária. Todos os votos, todas as opiniões tinham o mesmo peso. Isso é democrático e não consensual. Lembre-se de Leão e sua posição à época. E ele estava em campo", frisou.
Katia entende que o próprio Sócrates apoiaria "qualquer expressão genuína" e ainda fez elogios à postura de Roger, que, segundo ela, foi corajoso e autêntico ao aceitar o convite do Corinthians.
Filho também acha natural
Um dos filhos do líder da Democracia, Sócrates Júnior também minimizou a questão. Na visão dele, o atacante não estava ali pela posição política e, sim como um atleta do elenco do Corinthians que acabara de ser contratado.
"Vejo com naturalidade, o mais importante é a mensagem, é mostrar a importância da Democracia para o país e da importância que meu pai teve nesse processo. Quem estava lá lançando para gente pouco importa. Isso não ofusca a mensagem. O símbolo da Democracia era isso, representa exatamente o que eles lutavam. Que todo mudo tenha voz e possa discutir livremente, por mais diferente que seja a ideia", disse Sócrates Júnior.
A reportagem entrou contato com a assesoria de imprensa do atacante, mas não foi atendida até o momento. A diretoria do Corinthians também não se manifestou sobre o assunto.
Sabe-se, porém, que a ideia do departamento de comunicação era utilizar jogadores que não estavam relacionados para a partida contra o Independiente. Além de Roger, que não pode jogar a fase de grupo da competição, o clube escalou o lateral direito Fagner, fora do jogo por causa de uma lesão muscular.
Roger deletou perfil após apoio
O apoio público de Roger a Bolsonaro aconteceu em outubro do ano passado, quando o atacante ainda defendia o Botafogo. Por meio das redes sociais, o jogador chegou a postar uma foto ao lado do deputado, o chamando de "futuro presidente".
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