Caso Paulinho faz ex-aliados acusarem Campello de ter 'financeiro paralelo'
Em entrevista coletiva concedida em um hotel na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, os integrantes do grupo político “Identidade Vasco” oficializaram o desligamento da diretoria do clube e fizeram duras acusações e questionamentos ao presidente Alexandre Campello. Alegando falta de transparência, eles informaram não terem detalhes sobre a venda do atacante Paulinho e sequer sabem se o dinheiro entrou nas contas cruzmaltinas. Segundo os dirigentes, há um “financeiro paralelo”.
“Foi um movimento coletivo. Entendemos que dessa forma não tem como continuar porque houve quebra de confiança. A gente não confia nas informações. Existe um financeiro paralelo no Vasco. Que conversa é essa? Que brincadeira é essa que estão fazendo com a instituição? Eu acreditei no senhor (Campello) quando defendi seu nome, quando entrou com boas intenções, mas nesse momento não representa mais minha opinião e a do grupo. Só lamento o tempo que demorei por tomar essa decisão. Deveria ter tomado naquele dia que o senhor fechou a venda do Paulinho num valor diferente do comunicado”, declarou o ex-vice de futebol Fred Lopes.
O dirigente alegou que ninguém da diretoria teve acesso ao contrato da venda de Paulinho e que só soube de valores através da coletiva de imprensa de Alexandre Campello para informar sobre a negociação. Muito incomodado, Fred ressaltou também que o Vasco segue devendo salários e outros pagamentos a jogadores e funcionários.
“Eu escutei pela coletiva (sobre a venda de Paulinho). Se o dinheiro entrou ou não eu sei. Se entrou não foi feito para pagar dezembro, 13º e férias, num passivo que eu já adianto que é de R$ 7 milhões. Também não foi utilizado para pagar os direitos de imagem, comissionamentos aos empresários... Os telefones meus e dos colegas aqui tocando 30, 40 vezes por dia com as pessoas cobrando os pagamentos e você não tem resposta para dar. Isso é transparente? Responde, presidente”, disse.
Fred Lopes alegou ainda que havia uma pressão por parte de Campello para contratar o diretor executivo Rodrigo Caetano e que a maioria dos cargos do departamento de futebol não foram por indicação sua. O ex-vice também disse que a pasta que continha as informações de Paulinho "sumiu" do clube.
Ex-vice de finanças, Orlando Marques foi outro que bateu na tecla do mistério em relação à venda do jovem atacante para o Bayer Leverkusen (ALE).
"Não recebi ate hoje o contrato do Paulinho. Não sei por quanto o Paulinho foi vendido, a forma de transação, não sei se entrou dinheiro ou não. Não sei nada. Outra questão complicada é a questão do Douglas (volante vendido para o Manchester City-ING). Também não se sabe de nada. O que me deixava muito irritado é que ele falava: 'Não se preocupe. Vai entrar um dinheiro bom aí'. E entrava R$ 6 milhões, R$ 9 milhões, R$ 160 mil... Como não acredito em milagre da multiplicação, ainda mais em se tratando de dinheiro, fiquei cobrando e não tinha uma resposta. Não havia transparência e tínhamos que engolir tudo que ele fazia. Literalmente. Não tínhamos informação de nada e a frase pior que recebi e que foi um oceano em copo d´água foi quando ele (Campello) mandou procurar o balanço na internet e que até hoje não está auditado", disse Orlando.
No dia da coletiva para informar a venda de Paulinho, Alexandre Campello disse que havia negociado o atacante por 20 milhões de euros tendo ainda 10% de participação nos direitos econômicos do jovem. Posteriormente, no entanto, soube-se que o valor exato foi de 18,5 milhões de euros.
Dos 18 vice-presidentes nomeados por Campello, 13 deixaram suas pastas no Vasco. O mandatário ainda não nomeou novos nomes para os cargos vagos e ainda avalia se irá se pronunciar diante das acusações de seus ex-aliados.
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