Campello rebate sobre Paulinho, faz denúncias e vê movimento de impeachment

Um dia após presenciar a coletiva que oficializou a saída de 13 vices do Vasco, o presidente Alexandre Campello se defendeu das acusações sobre a operação envolvendo a venda de Paulinho para o Bayer Leverkusen (ALE), relacionou o desligamento dos dirigentes ao “excesso de transparência” que tem empregado ao clube e deixou claro que, em sua visão, os cartolas articulam, sim, um processo de impeachment contra ele.

Uma das denúncias feitas pelos insurgentes era de que os detalhes do contrato do negócio de Paulinho não tinham sido revelados, que a pasta do atacante havia sumido do departamento de futebol e de que não se sabia nem ao menos se os valores entraram nos cofres cruzmaltinos.

Com a pasta do atleta em mãos (veja na foto acima), Campello se defendeu e avisou que o recurso, inclusive, já está sendo utilizado para pagamentos de débitos:

“O dinheiro entrou e, num momento oportuno, vai ser divulgado dentro das demonstrações contábeis. E já está sendo utilizado para pagar nossos compromissos. Obviamente que numa situação como essa tem que ter estratégia, e esses recursos não são suficientes para pagar todas as nossas dívidas e continuar cumprindo com nossas obrigações. Fizemos um planejamento dentro desse fluxo e ele vai ser cumprido. Entre hoje e amanhã, inclusive, vamos pagar salários e direitos de imagem”.

Na sequência, o presidente do Vasco rebateu o ex-vice de futebol, Fred Lopes, fazendo uma denúncia contra o dirigente.

"Essa pasta (do Paulinho) está no departamento de futebol, ao contrário de uma série de outros documentos que estão na mochila do ex-vice de futebol, inclusive de perdas de prazos de inscrição de atletas". 

Embora os ex-aliados tenham dito que não pensam neste momento em elaborar um processo de impeachment de Campello, o presidente acredita que o discurso é diferente da prática.

"Embora eu tenha ouvido ontem de alguns que não existia essa intenção, também existe uma discordância entre a fala e a prática. O que se percebe é que existe claramente um movimento nesse sentido. Inclusive essas denúncias são um processo preparatório, e isso, no meu entender, só lesa o Vasco", avaliou o mandatário, que descarta a possibilidade de uma renúncia:

"Renuncia? Jamais! Sou homem de ir até o final em tudo o que faço".

Após ganhar nesta segunda-feira o apoio de figurões da política vascaína, Campello ressaltou que não só não se sente isolado como "ainda mais forte".

"Alguns dizem que estou isolado, mas te diria que hoje estou muito mais forte do que estava antes. Recebi apoio de diversas correntes, de beneméritos e até mesmo de membros da oposição, entendendo que o Vasco tem que estar em primeiro lugar. Em termos de compor e recompor a diretoria, talvez eu tenha até alguma dificuldade, pois o número de pessoas disponíveis para escolher é maior do que o número de vagas no momento. A escolha para os vices-presidentes deve ser feita com os vascaínos mais qualificados para que tenhamos uma diretoria ainda mais qualificada e que toque o Vasco com mais profissionalismo", disse.

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Denúncia do ex-vice de que estaria retendo rendas dos jogos

"É mais uma calúnia. Também disseram que troquei mina lancha e que peguei uma de 44 pés, o que não é verdade. Eu insistia há bastante tempo por uma prestação de contas de borderôs, documentos... O Orlando (Marques, ex-VP de finanças) tinha sempre que fazer essa cobrança e sempre demorava muito. Isso foi acontecendo reiteradas vezes. Em duas situações retive um valor para ficar como fundo de reserva para eventualidades do dia a dia e ter fundo de caixa. O basquete, por exemplo, num determinado momento esteve quase que impedido de viajar pois a empresa que faz essa operação nós temos um débito grande com eles e não iriam conseguir fazer essa operação sem o pagamento em dinheiro. Vez por outra essas situações aconteciam. Eu retive esse dinheiro para que tivéssemos um fundo de caixa. Exatamente no momento da venda do Paulinho e ia entrar o recurso, fiz a entrada e esse dinheiro foi depositado no Bradesco". 

Percentual de Paulinho

"É desconhecimento dele (Fred Lopes). Ficou um tempão na pasta e não entendeu. Fez cálculo baseado em comissão e bônus. Mas não é isso. Hoje não tem participação de empresa e de ninguém do jogador. Ele era 100% do Vasco, mas desse valor tem que se pagar o bônus, comissionamento e, talvez, o produto final fique em torno de 70%, mas eu vendi 90% do atleta (os outros 10% foram utilizados para pagar dívida com o empresário).

Perícia do HD sobre a eleição

"Não é um posicionamento comum. A maioria dos grupos já declarou apoio independente disso. Já repeti várias vezes que não tenho nenhuma objeção à pericia do HD, só não entendo utilizar essa perícia com a intenção de anular a eleição. Isso não vou concordar porque é ruim para o clube". 

*Mais informações em instantes