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Violência em aeroporto foi divisor de águas no Fla. Dentro e fora de campo

O meia Diego foi o principal alvo de protestos dos torcedores do Flamengo no aeroporto - Esporte Interativo/Reprodução
O meia Diego foi o principal alvo de protestos dos torcedores do Flamengo no aeroporto Imagem: Esporte Interativo/Reprodução

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

08/05/2018 04h00

No último dia 27 de abril, o elenco do Flamengo passou por maus bocados no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Integrantes de organizadas protestaram de forma violenta contra o desempenho do time e por muito pouco o episódio não terminou de maneira ainda pior. A agressividade revoltou os atletas, mas também se transformou em um divisor de águas dentro do departamento de futebol do Rubro-negro.

Na ocasião, os jogadores foram xingados e recebidos com pipocas em uma entrada alternativa do Galeão. O meia Diego foi o mais hostilizado e por muito pouco não terminou agredido. O goleiro Diego Alves atirou um copo de café nos manifestantes para se proteger e também defender os companheiros. O episódio foi encerrado com os atletas abalados e algumas portas do aeroporto destruídas.

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Paquetá comemora o seu gol no Maracanã: união time e torcida do Fla após protestos
Imagem: Luciano Belford/AGIF
O ato foi avaliado como absurdo pela diretoria, tanto que o Flamengo registrou boletim de ocorrência, se colocou à disposição para esclarecimentos e cobrou providências das autoridades com o objetivo de resguardar a integridade física e moral de atletas e funcionários. Além disso, os dirigentes deram inúmeras declarações reprovando a ação dos torcedores organizados e saindo em defesa do elenco.

A atitude foi bem vista pelo grupo, que chegou a se sentir abandonado em um momento delicado e que por pouco não lidou com graves consequências. A revolta foi tão grande que serviu de combustível para o elenco. Os cartolas discordam que o modelo de cobrança tenha sido benéfico, pelo contrário. Para os atletas, no entanto, foi uma espécie de afronta pela violência empregada.

“Isso [protesto no aeroporto] fortaleceu muito o nosso grupo. Sabíamos que era injusta a cobrança, mas fechamos e decidimos jogar por nós. Também jogamos pela torcida que faz um grande espetáculo, como acontece no Maracanã”, revelou o zagueiro Léo Duarte.

Passado o delicado episódio, jogadores e diretoria preferem evitar comentários sobre o fatídico dia. No discurso, elogios apenas ao apoio da torcida nos estádios. Relacionar violência com resultados está absolutamente fora de pauta, apesar de os atletas admitirem que o protesto os fortaleceu dentro e fora de campo.

“O Flamengo é muito forte quando temos apoio, sinergia e atmosfera. Acho que a torcida continuará fazendo isso nos jogos. Em muitos momentos sufocamos o adversário”, disse o técnico interino Maurício Barbieri, após a vitória por 2 a 0 sobre o Internacional, que manteve o Rubro-negro na liderança do Brasileirão.