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Investigado, Campello prepara contra-ataque apurando "mensalinho" no Vasco

Campello apura se ocorreram fraudes na entrada de sócios em sua gestão - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Campello apura se ocorreram fraudes na entrada de sócios em sua gestão Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/05/2018 04h00

Pivô de uma convocação do Conselho Deliberativo onde denúncias contra ele serão debatidas e investigadas pelos conselheiros, o presidente do Vasco, Alexandre Campello, prepara o que pode ser um contra-ataque contra os seus agora desafetos. O dirigente obteve cópias dos documentos de todas as pessoas que se associaram ao clube desde o início de sua gestão no departamento de cobranças e enviou a uma perícia jurídica. Nos corredores de São Januário há a suspeita de irregularidades do que já chamam de “mensalinho”.

O adjetivo é um diminutivo do “mensalão”, como ficaram conhecidos os episódios de associações fraudulentas que ocorreram na última eleição do Vasco, quando a Justiça anulou mais de 700 votos suspeitos e fez com que a vitória nas urnas deixasse de ser de Eurico Miranda para ser da até então aliança entre Campello e Julio Brant.

O setor de cobranças, aliás, foi onde o atual presidente efetuou as mudanças mais radicais. O mandatário demitiu todos os funcionários e afastou o chefe do departamento. Com uma nova equipe, tenta agora regularizar e modernizar a questão dos pagamentos das mensalidades dos sócios, algo que tem sido alvo de muitas reclamações por parte dos vascaínos. A anistia de valores em atraso também tem sido algo que tem demandado muito cuidado.

“Depois de uma série de queixas, afastamos e demitimos funcionários que estavam no setor. Vamos ter uma auditoria de todos os dados de sócios desde janeiro. Vamos também propor, em cima dos cadastros, anistia a sócios que deixaram de pagar”, declarou o presidente.

No início deste ano, o Vasco reabriu a categoria “sócio-geral”, que tem mensalidades mais baratas entre as que permitem participar das votações em eleições. A taxa de adesão, porém, foi alvo de reclamação pois teve um salto de 900% e pulou de R$ 200 – quando fechado em 2015 por Eurico Miranda – para R$ 2.000. Na ocasião, a diretoria propôs o parcelamento da joia em quatro vezes. Agora, Campello que ampliar a divisão para até 24 vezes.

De acordo com os aliados do presidente, todas essas mudanças e propostas foram algo que incomodaram e teriam também motivado a saída dos antigos vices, embora eles não confirmem isso publicamente.

A reunião do Conselho Deliberativo para debater as denúncias contra Campello de supostas retenções de rendas de jogos e benefícios a seus sócios na folha de pagamento acontecerá na próxima segunda-feira (14). Presidente da pasta, Roberto Monteiro cogita instaurar uma comissão de inquérito para apurar os fatos.