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Andrés prometeu "mudar Corinthians em cem dias", mas avanço foi tímido

Andrés Sanchez completou 100 dias à frente do Corinthians após ser eleito novamente - Daniel Vorley/AGIF
Andrés Sanchez completou 100 dias à frente do Corinthians após ser eleito novamente Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

15/05/2018 04h00

Andrés Sanchez voltou ao comando do Corinthians no começo de fevereiro. Antes mesmo de derrotar outros quatro candidatos na tumultuada eleição alvinegra, o dirigente disse que "mudaria o clube em cem dias", repetindo o discurso em algumas entrevistas concedidas após a vitória.

O presidente do Corinthians completou nesta segunda-feira cem dias à frente do clube e conseguiu desatar poucos nós, embora esportivamente os resultados tenham sido conquistados. Sob o comando do técnico Fábio Carille, a equipe alvinegra, com a base montada ainda na gestão Roberto de Andrade, desbancou o Palmeiras e ergueu a taça do Campeonato Paulista.

A maior parte dos problemas do Corinthians está ligado às finanças do clube. O time, por exemplo, segue em um patrocinador máster. Ao todo, o clube vive de acordos pontuais há exato um ano, mesmo com os resultados esportivos obtidos nos últimos meses.

Desde o retorno de Andrés à presidência e Luis Paulo Rosenberg à diretoria de marketing, a equipe atuou duas vezes com uma marca no principal espaço do uniforme - isso aconteceu na estreia do Campeonato Brasileiro e na última partida da equipe, sempre com acordos pontuais.

Corinthians - Daniel Vorley/AGIF - Daniel Vorley/AGIF
Corinthians atua sem patrocinador máster
Imagem: Daniel Vorley/AGIF

No ano passado, depois da falta de acordo com a Caixa, que diminuiu a oferta para continuar como parceira, o Corinthians conseguiu patrocínios pontuais nas finais do Estadual e na maior parte do segundo turno do Brasileirão. O fato, porém, não se repetiu nas decisões contra o Palmeiras, semanas atrás. Em contato com a reportagem, Andrés disse que patrocínios serão anunciados em breve.

Renegociação segue lenta

O Corinthians ainda busca uma solução para a aceleração do pagamento da Arena. Em entrevista ao UOL Esporte em dezembro passado, ainda como candidato, Andrés disse que a reorganização financeira era uma prioridade e que a saída da Odebrecht era "questão de tempo" [relembre aqui]. Nos últimos cem dias, entretanto, nenhum acordo com a construtora foi anunciado.

O clube também não avançou em relação aos naming rights diante de um cenário de extrema dificuldades para pagar o financiamento do BNDES via Caixa Econômica. O dirigente, em entrevista coletiva concedida no mês passado, disse que o clube voltou a repassar as parcelas integralmente.

"A parte do Corinthians é de R$ 400 milhões ou uns R$ 470 milhões, com a correção. Pagamos uma parcela de R$ 5 milhões e 960 mil na sexta-feira, dia 13, depois de oito ou nove meses", disse o dirigente na ocasião.

Vale lembrar que o próprio Andrés afirmou na mesma entrevista ao UOL Esporte, em dezembro, que o clube havia reiniciado os pagamentos no fim de 2017. Àquela altura, quatro parcelas tinham sido pagas, de forma parcial.

Arena Corinthians - Rodrigo Coca/Ag. Corinthians - Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
Corinthians ainda busca resolver matemática financeira que envolve a Arena de Itaquera
Imagem: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Quase cinco meses depois, Andrés ressaltou que a negociação com a Caixa avançou nos últimos meses. O clube, segundo o mandatário corintiano, agora se debruça sobre negociação dos Cids (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) para depois, em uma terceira fase, negociar a saída da Odebrecht do estádio.

Mudanças na ideia de montagem do elenco

Andrés mudou bastante o modo de comando do futebol. Mais próximo do departamento na comparação com o antecessor, o dirigente participa ativamente de negociações de atletas - Duílio Monteiro Alves, velho parceiro, está à frente da diretoria.

A ideia de Andrés é apostar em contratações de atletas jovens e desconhecidos para, segundo o dirigente, montar times fortes em médio prazo. Nos últimos meses, o Corinthians, sob a gestão do dirigente, contratou oito jogadores. Entre eles Fessin e Matheus Matias, do ABC, a dupla Thiaguinho e Bruno Xavier, do Nacional, além dos experientes Ralf e Roger.

Em contrapartida, muitos atletas foram emprestado pelo Corinthians. A lista traz o zagueiro Yago, os laterais Romão e Moisés, o volante Jean, os meias Camacho e Giovanni Augusto e os atacantes Carlinhos e Lucca.