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Botafogo aposta em técnicos baratos e deixa medalhões sem vez no clube

Botafogo só tem contratado técnicos baratos e deixado medalhões de lado - Monategm/UOL
Botafogo só tem contratado técnicos baratos e deixado medalhões de lado Imagem: Monategm/UOL

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/06/2018 04h00

Marcos Paquetá é o novo técnico do Botafogo. A escolha pelo treinador, ainda desconhecido do grande público brasileiro, deixa claro o perfil traçado pelo clube. O Alvinegro tem evidente preferência por comandantes que tenham salário baixo e que, portanto, se encaixam em sua nova realidade financeira.

Medalhões como Vanderlei Luxemburgo, Dorival Júnior, Cuca e outros sequer foram cogitados pelo Botafogo para substituir Alberto Valentim. Sinal claríssimo de que a forma de ver futebol está para lá de mudada em General Severiano.

Tudo começou com a eleição de Carlos Eduardo Pereira, fim de 2014. O então presidente pegou o time rebaixado para a Série B e optou por um nome esquecido no mercado: René Simões. Ele ficou no cargo até sofrer com momento ruim do Botafogo na temporada e ser demitido.

O Botafogo definiu Ricardo Gomes como substituto. O treinador era um dos medalhões, mas estava sem trabalhar no campo desde que havia sofrido um AVC pelo Vasco. Aceitou salário baixo e abraçou a chance. Devolveu o Alvinegro à elite do futebol brasileiro, mas não completou o Brasileiro do ano seguinte, em 2016.

Jair Ventura, que trabalhava como auxiliar técnico do Botafogo desde 2009, foi promovido a treinador. O grande trabalho fez com que o ciclo de três anos de Carlos Eduardo Pereira chegasse ao fim com três profissionais no comando da equipe.

O novo presidente Nelson Mufarrej trocou de lugar com Carlos Eduardo Pereira e manteve a estratégia. Com a saída de Jair para o Santos, o Botafogo, então, decidiu por promover mais um auxiliar. Felipe Conceição, no entanto, escreveu história completamente diferente da que seu antecessor teve no clube.

Se Jair ficou marcado pelo bom trabalho e pelo time competitivo, Felipe Conceição viveu o outro lado da moeda. O time foi mal e ainda passou uma das maiores vergonhas da história ao ser eliminado pela Aparecidense ainda na primeira fase da Copa do Brasil.

A demissão foi o único caminho possível. E a escolha do novo treinador seguiu um modelo: técnico barato e que esteja buscando espaço em clube de projeção. Alberto Valentim foi o escolhido. Campeão Carioca, despertou interesse do "mundo árabe" pouco depois e recolocou o Botafogo no mercado em busca de novo comandante.

Dessa vez, o técnico escolhido não foi um jovem. Marcos Paquetá tem 59 anos de idade e muita experiência no futebol. Mas longe do Brasil, país onde realizou apenas dois trabalhos – o último pelo Avaí, em 2004. Fez sucesso no "mundo árabe", mas já estava na descente. Após Arábia Saudita e Emirados Árabes, passou por times da Líbia e havia fechado com o Pune City, da Índia.