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Centurión fala sobre infância dura, perda do pai e gosto por armas e drogas

Atacante apareceu em foto com revólver em 2012, quando se firmava como atleta - Tribunero.com/Reprodução
Atacante apareceu em foto com revólver em 2012, quando se firmava como atleta Imagem: Tribunero.com/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

29/07/2018 08h50

Ricardo Centurión é um vencedor, não há dúvidas. O atacante ex-São Paulo, que atualmente joga pelo Racing, participou de um programa de TV argentino na noite do último sábado (29) e não se esquivou de assunto nenhum: falou da infância difícil, da perda do pai e do gosto por armas e por maconha.

O jogador nasceu em uma vila em Avellaneda, filho de uma costureira e de um operário. Perdeu o pai aos cinco anos de idade, em uma explosão na fábrica ilegal de fogos de artifício em que trabalhava. "Aí começou uma nova vida", admite Centurión, que não lembra do pai. "Se não vejo nas fotos, não me recordo", disse ao programa 'Podemos Hablar'.

No futebol ele encontrou seu caminho, mas não sem percalços. "Quando comecei a jogar, meu empresário me deu um apartamento, e eu tirei minha família da vila. Também alguns amigos", conta, revelando que hoje não pode voltar ao bairro de sua infância. "Há muita inveja, e quem sofre é a família."

A realidade de Centurión está presente em sua personalidade e modo de agir, o que nem sempre agrada a todos. Durante seu início de carreira, surgiu em uma fotografia segurando um revólver, o que lhe criou barreiras profissionais - o São Paulo, que o contratou em 2015, havia lhe descartado em 2012 muito por conta da imagem. "Tirei a primeira foto com uma arma antes de ser profissional, e isso jogou contra mim. Gosto de armas, mas nunca cometi um crime. Se tivesse sido criado com iates, eu tiraria fotos com iates. Mas não tive esta sorte", defende-se o jogador.

Centurion - Pedro Vale/AGIF - Pedro Vale/AGIF
Centurión venceu infância difícil firmando-se como profissional, ainda que com polêmicas
Imagem: Pedro Vale/AGIF
O sucesso como profissional no Racing, nos idos de 2011, o apresentou uma nova realidade que incluía vícios. "Quando estreei na primeira divisão, me chegou tudo junto e eu agarrei a maconha", conta Centurión. "Hoje há controle antidoping e te pegam de surpresa. Se você for pego, é uma mancha [na carreira] que não sai mais. Antes os controles eram uma vez por semana e podia fumar", revela.

Nascido e criado em Avellaneda, Centurión tem uma longa história com o Racing, pelo qual foi revelado. Ele já se aventurou no Genoa (ITA) duas vezes, mas sua melhor passagem no exterior foi pelo São Paulo, entre 2015 e 2016. Após marcar dez gols na temporada passada, o atacante chegou a ser considerado para defender a seleção argentina na Copa do Mundo na Rússia, mas acabou não indo.