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Avesso à fama, Arrascaeta troca gols por passes e é cotado em R$ 130 mi

Artilheiro e em boa fase, camisa 10 é o grande nome do Cruzeiro na temporada - © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Artilheiro e em boa fase, camisa 10 é o grande nome do Cruzeiro na temporada Imagem: © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

10/08/2018 04h00

A partida memorável que Arrascaeta fez diante do Flamengo, pela Libertadores, só evidenciou a ótima fase que o meia vem atravessando na temporada. Artilheiro do time e vice-líder nas assistências, o uruguaio é tratado como uma das grandes joias do clube, a começar pela multa de 30 milhões de euros (cerca de R$130 milhões). Mas o que o camisa 10 apresenta fora dos campos vai na contramão da maioria dos astros. Reservado, Arrascaeta deixa o protagonismo apenas para dentro das quatro linhas ao passo que prefere evitar ser o centro das atenções e virar o coadjuvante fora delas.

Vestindo a camisa 10 que já foi de Dirceu Lopes e Alex, Arrascaeta passa praticamente despercebido quando não está jogando. Suas entrevistas são marcadas por frases curtas e palavras rápidas. Apesar de ainda jovem (24 anos), não é de entrar em polêmicas. Na vida social, prefere ficar com a família, tomar chimarrão ou curtir sua paixão por cavalos e pescaria.

Seus 11 gols em 2018 já são os mesmos que alcançou em toda temporada passada, e que fazem dele o atual artilheiro do Cruzeiro, mas a badalação por ser goleador também não o ilude. Recentemente, o meia alegou que prefere dar assistências em uma partida a fazer o gol. Nesse quesito, a torcida do Cruzeiro também não está se decepcionando. Arrascaeta já fez o trabalho de garçom por seis vezes e só fica atrás de Egídio e Robinho, ambos com sete.

Nem mesmo a cobiça do futebol europeu parece ter tirado o meia dos trilhos. Nos últimos meses, o Mônaco foi o que chegou mais perto de levar o jogador, que ganhou até um jantar de despedida dos companheiros antes da Copa. Mas o rendimento no Mundial da Rússia não foi como planejado. Arrascaeta passou a maioria dos jogos na reserva e voltou ao Cruzeiro sem a transferência internacional concretizada. Nem por isso deixou de surpreender. Retornou voando para se reafirmar como principal arma da equipe. Em oito jogos, marcou gol ou deu uma assistência em seis. Na última quarta, quebrou mais um recorde e se tornou o estrangeiro com mais gols na história da equipe, superando Marcelo Moreno e atingindo 46 tentos com a camisa estrelada.