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Oposição tenta vetar discussão sobre Crefisa no conselho e perde na justiça

Leila Pereira, dona da Crefisa e conselheira do Palmeiras - Newton Menezes/Folhapress
Leila Pereira, dona da Crefisa e conselheira do Palmeiras Imagem: Newton Menezes/Folhapress

Leandro Miranda e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

17/08/2018 16h24

Membros da oposição ao presidente Maurício Galiotte no Palmeiras foram derrotados na justiça ao tentarem evitar que o conselho deliberativo discuta, em reunião extraordinária marcada para esta segunda-feira (20), os aditivos do contrato com a Crefisa, que fizeram o clube contrair uma dívida de R$ 120 milhões em janeiro.

A 4ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo indeferiu pedido de liminar que solicitava a retirada deste item da ata da reunião. Porém, afirmou na decisão que, se o conselho deliberativo "extrapolar os limites de suas atribuições", isso poderá ser questionado novamente na justiça no futuro.

A alegação da oposição era que o conselho, que convocou a reunião a pedido de Galiotte, ao deliberar sobre os aditivos, estaria atropelando as funções do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), que tem vetado consecutivamente os balancetes financeiros mensais do Palmeiras por causa da dívida com a Crefisa.

A decisão judicial, porém, indeferiu a liminar dizendo que não estava claro, no chamamento para a reunião, que o conselho deliberativo rediscutiria matérias já rejeitadas pelo COF. O discurso de pessoas próximas a Galiotte tem sido que o conselho é soberano para discutir o assunto e aprovar ou não os contratos, ainda que não reavalie especificamente os balancetes rejeitados.

A oposição alviverde foi à justiça para tirar da reunião a discussão sobre os contratos da Crefisa após ter esse mesmo pedido negado pelo presidente do conselho deliberativo, Seraphim Del Grande. Com a liminar rejeitada, os oposicionistas acabaram desistindo da ação.

Caso o conselho deliberativo aprove os contratos com a Crefisa na reunião da próxima segunda, o que acontece na prática é que as rejeições do COF aos balancetes mensais ficam esvaziadas de poder. Em sua defesa, Galiotte costuma dizer que a dívida com a patrocinadora é uma "dívida coberta" porque o clube tem ativos com os quais pagar - os próprios jogadores, cujos valores investidos pela Crefisa precisam ser devolvidos à empresa quando seus contratos acabarem ou eles forem vendidos.