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Exposto como líder no PSG, Neymar tem polivalência e irritação como marca

Neymar comemora gol do PSG em vitória sobre o Guingamp - FRED TANNEAU / AFP
Neymar comemora gol do PSG em vitória sobre o Guingamp Imagem: FRED TANNEAU / AFP

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

20/08/2018 04h00

Neymar foi colocado pelo novo treinador do Paris Saint-Germain, Thomas Tuchel, como líder do time. Os reflexos já notados foram uma liberdade em campo, com a demonstração de polivalência e uma irritação com os companheiros. No caso, o fato de ter xingado o meia atacante Nkunku na vitória por 3 a 1 diante do Guingamp no final de semana, mostrou o lado nervoso do camisa 10.

Neymar não gostou de ver Nkunku arriscar um chute de fora da área quando o time perdia o jogo por 1 a 0 no primeiro tempo: “vai tomar no c...toca a bola”, foi a a reação imediata flagrada pela transmissão do Canal Plus da França. Uma bronca ele já havia disparado a Di Maria minutos antes, assim como atravessou o campo para conversar sobre posicionamento tático do PSG com Marquinhos e Thiago Silva pouco após ver o time sofrer o gol.

Neymar xinga Nkunku - Reprodução/Canal Plus - Reprodução/Canal Plus
Imagem: Reprodução/Canal Plus

“É totalmente claro que o Neymar é o nosso jogador chave. Há varias maneiras de ser um líder e no caso do Neymar, quando está feliz, é um líder criativo que inspira a todos pela sua criatividade e pelos riscos que assume”, já destacou Tuchel.

A liderança de Neymar não é levada à braçadeira de capitão – Thiago Silva segue com o posto -, mas é respeitada internamente. Os jogadores do PSG também expõem o status. 

“O técnico (Thomas Tuchel) deixou claro que o Neymar é o nosso líder e a gente aqui tenta ajudá-lo. Hoje (sábado) ele me ajudou, espero que no próximo eu consiga fazer isso”, disse Mbappé após ser o herói da virada do PSG diante do Guingamp ao entrar no segundo tempo e marcar dois gols.

A polivalência

O posicionamento de Neymar no PSG também foi alterado por Tuchel. A liberdade em campo, quase sem responsabilidade defensiva, impressiona. Já foram três funções que o camisa 10 atuou. A de meia, a de atacante pela esquerda e até como centroavante.

Na final da Supercopa da França, a goleada por 4 a 0 contra o Monaco, Neymar só jogou os 15 minutos finais por insistir e convencer Tuchel a participar. A função de camisa 10 foi a designada para que tivesse o mínimo de esforço físico possível.

Na vitória por 3 a 0 contra o Caen, na estreia do Campeonato Francês, a posição ocupada foi a de centroavante, uma manobra de Tuchel para que também tivesse pouco desgaste físico. O camisa 10 foi substituído pela primeira vez no PSG ao deixar o campo aos 33 minutos do segundo tempo.

Já na virada contra o Guingamp, Neymar começou a partida na posição de ofício, na esquerda do ataque, mas teve atuação ruim no primeiro tempo. O brasileiro cresceu sendo colocado como meia e com a presença de Mbappé como centroavante.

A tendência no PSG é de que o retorno de Cavani, em recuperação de lesão muscular, recoloque Neymar na ponta esquerda e Di Maria como opção no banco. No entanto, com Tuchel, a possibilidade do camisa 10 ser colocado como meia por trás de três atacantes já não será surpresa.