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Mano "invejou" Arrascaeta no Uruguai, e papo definiu novo comportamento

Mano convenceu Arrascaeta a ter o mesmo comprometimento defensivo no Cruzeiro - MIGUEL ROJO/AFP
Mano convenceu Arrascaeta a ter o mesmo comprometimento defensivo no Cruzeiro Imagem: MIGUEL ROJO/AFP

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

28/08/2018 04h00

Quem vê Arrascaeta jogando pelo Cruzeiro nota uma melhora nítida do meia após a Copa do Mundo. Mas essa evolução não é só técnica e vai além dos gols e assistências. Acompanhando o jogador na seleção do Uruguai, Mano notou seu comprometimento com o sistema defensivo. De volta à Minas, o treinador chamou o meia para uma conversa e nela eles definiram um novo comportamento do camisa 10, que hoje arma, finaliza, mas também marca e recompõe.

Arrascaeta jogou poucas vezes no Mundial da Rússia, mas naquela altura Mano já estava acompanhando o processo de maturação há mais tempo. Satisfeito com o que via do seu atleta na seleção, o treinador chamou o meia para uma conversa a fim de convencê-lo a fazer o mesmo também no Cruzeiro.

"Eu peguei uma foto dele marcando na última linha defensiva da seleção do Uruguai. Nós fizemos uma reunião, eu elogiei muito o posicionamento dele, e ele ficou muito feliz. Aí eu falei: agora vem a segunda parte, você também vai fazer isso aqui. Se você tem condições de fazer lá, pode fazer aqui. E nós precisamos que você faça", conta o treinador.

Apesar de somente ter feito um jogo como titular e outro como reserva, mapas de calor mostrando o comportamento de Arrascaeta durante a Copa provam o que Mano quis dizer. No primeiro jogo, contra o Egito, o meia atuou pelo centro, mas voltou com frequência e para marcar no flanco esquerdo e atrás do meio-campo. De volta para Minas, o meia passou a contribuir na marcação, procurando dificultar a descida dos adversários. Como Mano adota um esquema com um jogador centralizado e dois pontas, somente Thiago Neves, que atua pelo meio, tem compromissos menos desgastantes. Na extrema direita, Robinho é outro que também precisa voltar para marcar.

"Depois da Copa, ele voltou ainda melhor nessa ideia sobre o que é futebol de ponta, de seleção. A primeira observação que ele fez foi que os caras lá são muito intensos e fortes. Então você só tem dois caminhos: ou desiste ou se prepara melhor para voltar lá. E ele quer voltar, está se preparando melhor para estar lá. E nós ganhamos com isso", acrescentou o treinador, que já viu seu atleta dar carrinho na intermediária defensiva para iniciar um novo ataque celeste.

Ofensivamente, meia continua em alta

Além do comprometimento para ser tornar um jogador mais completo, Arrascaeta continua se destacando quando precisa mostrar seus melhores atributos. Desde a volta da Copa, sempre que o Cruzeiro marca um gol, dificilmente o meia não participou da jogada, seja com o próprio gol, a assistência ou encaixando um passe chave. Em toda a temporada, ele é o maior garçom da equipe, com oito assistências, além de ocupar a vice-artilharia do time com 11 gols, um a menos que Thiago Neves.