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SP muda de patamar, e Aguirre trabalha cabeça do time para voltar ao topo

O técnico Diego Aguirre durante o treino do São Paulo, no CT da Barra Funda - Marcello Zambrana/AGIF
O técnico Diego Aguirre durante o treino do São Paulo, no CT da Barra Funda Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

07/09/2018 04h00

O São Paulo começou o Campeonato Brasileiro sob desconfiança. Depois de ficar longe das primeiras colocações nas últimas temporadas, o time do técnico Diego Aguirre não era colocado como um dos favoritos ao título e havia gente até que falava em briga para não cair para a Série B. Com o passar dos jogos, a equipe ganhou corpo, derrotou adversários de peso e chegou a ocupar a liderança por seis rodadas. Desta maneira, mudou o seu patamar e, consequentemente, viu os rivais adotarem outra postura nas partidas. Por isso, o treinador uruguaio tem trabalhado também o psicológico do elenco para encarar a nova realidade.

Em seu discurso, o comandante tem enfatizado sempre a importância de manter o pensamento apenas no Campeonato Brasileiro. Em algumas ocasiões, a própria situação de Aguirre no clube é utilizada como um exemplo para o departamento de futebol. O uruguaio já declarou que não quer dar atenção para a renovação do seu contrato, que se encerra em dezembro, para ficar focado na competição. A ideia dele é sentar com a diretoria para discutir o assunto apenas no término da temporada. Tal mensagem serve de recado para todos no clube, que não devem tirar seus olhos das próximas rodadas.

Durante o período em que a janela de transferência para o exterior estava aberta, o treinador também quis deixar claro que gostaria de contar com quem estivesse disposto a pensar apenas no São Paulo. Os atletas que não fossem colocar o Tricolor como prioridade poderiam procurar um outro caminho - como foi o caso de Cueva, que acertou com o Krasnodar, da Rússia.

Um ponto também trabalhado é a forma como encarar os adversários. No início do trabalho de Aguirre, o São Paulo muitas vezes deu mais espaço para o oponente e privilegiou os contragolpes. Por isso, fechou o primeiro turno com média de 47,6% de posse nas partidas. Agora, precisa partir mais para o ataque, enquanto quem está do outro lado é, em geral, um time mais retrancado. Na derrota para o Atlético-MG por 1 a 0, nesta quarta-feira (5), por exemplo, mesmo em Belo Horizonte, os paulistas tiveram 56% do tempo o domínio da redonda.

Para as partidas em casa, o Tricolor enfatiza também a sua força. Sem saber o que é perder no seu estádio neste Brasileiro (oito vitórias e três empates até agora), os jogadores se conscientizaram do seu poder perto da torcida. Por isso, pensamentos como o de Diego Souza, de que "não é qualquer um que ganhará do São Paulo no Morumbi", dominaram o elenco.

Por fim, para não criar entusiasmo na hora errada ou deixar o time preocupado após um revés, não há metas estipuladas para sequências de partidas. Na metodologia de Aguirre, o elenco deve analisar a sua situação e o adversário a cada rodada. Ou seja, o Tricolor agora só tem olhos para o Bahia, que será o seu adversário de sábado (8), e o clássico com o Santos (no dia 16) será uma pauta apenas para semana que vem.