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Decisivo com G. Jesus, Cuca sinaliza mudança para lapidar Rodrygo no Santos

Rodrygo pode ser testado em uma nova posição pelo técnico Cuca - Marco Galvão/FotoArena/Estadão Conteúdo
Rodrygo pode ser testado em uma nova posição pelo técnico Cuca Imagem: Marco Galvão/FotoArena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Santos (SP)

12/09/2018 04h00

Jovem, rápido, habilidoso, franzino. Biotipo perfeito para um atacante de beirada, certo? Não necessariamente. Em sua passagem pelo Palmeiras, Cuca teve como um de seus legados a mudança e o sucesso de Gabriel Jesus, titular da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2018. Se logo no começo da carreira o atacante atuava mais pelas pontas, com o treinador ele passou a jogar mais como centroavante e viveu em 2016 a melhor fase de sua carreira – conquistou o Campeonato Brasileiro e ainda foi eleito o melhor jogador daquela edição. Agora, Cuca sinaliza fazer algo semelhante com o jovem Rodrygo. Mas não tão semelhante assim.

Se no Palmeiras Gabriel Jesus passou a atuar mais centralizado, como centroavante (foram 21 gols em 46 jogos em 2016), a ideia inicial de Cuca para Rodrygo é colocar o jogador de 17 atuando por trás dos atacantes, como um meia que chega ao ataque. Mas, claro, com liberdade para buscar as pontas quando necessário.

Em entrevista após a vitória sobre o Paraná, no fim de semana, Cuca deu pistas de que pode mudar a posição do jogador, que entrou na segunda etapa e foi um dos destaques do jogo. Em caso de sucesso, a iniciativa ajudaria a solucionar o principal problema do atual elenco: a falta de criação. Sem Carlos Sánchez, o time ainda não encontrou um substituto à altura.

"Eles (Rodrygo e Arthur Gomes) não são meias clássicos, mas são muito bons para jogarem só na ponta. O futebol brasileiro pede isso. Neymar joga no lado, mas joga bem igual no meio. Esta versatilidade temos de trabalhar em um menino de 17 anos. O quanto ele não vai evoluir? No Real, vai ser o atacante, joga na esquerda, na direita e também na meia. É nossa obrigação", disse Cuca.

Utilizar Rodrygo como um meia mais agressivo, assim como é Sánchez, seria uma alternativa a mais ao setor de criação do Santos, que tem menos opções que o recheado setor de ataque. Transformar o jovem de 17 anos em um centroavante, assim como fez com Jesus, não faz tanto sentido no momento, uma vez que Gabigol está em alta e assumiu a posição.

Com a possível ausência de Carlos Sánchez (lesão na coxa) no clássico de domingo (16), contra o São Paulo, na Vila Belmiro, a ideia de Cuca pode já ser testada desde o início. Se der certo, seria mais uma aposta bem-sucedida do treinador que gosta de arriscar e fugir do padrão.

Fase de Rodrygo contrasta com a do time

Uma possível mudança de posição serviria para Cuca também recuperar Rodrygo, que atualmente não vive a melhor de suas fases. Ele marcou apenas um gol com o novo treinador, em 11 jogos, enquanto com Jair Ventura foi às redes nove vezes em 32 partidas.

Mas se por um lado o desempenho de Rodrygo caiu com Cuca, o time faz caminho totalmente inverso. Já são sete jogos sem levar gols, oito partidas sem derrotas e a segunda melhor campanha do segundo turno do Campeonato Brasileiro – com 11 pontos em cinco partidas.