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Jogadores se assustam com ameaças, e Maxi vira "apaziguador" no Vasco

Polícia Militar reforça segurança em São Januário durante protesto da torcida do Vasco - UOL
Polícia Militar reforça segurança em São Januário durante protesto da torcida do Vasco Imagem: UOL

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/09/2018 04h00

O fim de tarde da última terça-feira (11) foi tenso para o elenco do Vasco. Enquanto jogadores tentavam chegar a um consenso sobre a melhor forma para deixar o centro de treinamento do Almirante, em Vargem Pequena (RJ), um ônibus lotado de integrantes de organizadas chegava à porta do local. O intuito? Uma reunião com o grupo supostamente autorizada pelo presidente do clube, Alexandre Campello.

A maioria dos atletas aguardou a poeira baixar. Outros deram um "jeitinho" para sair disfarçadamente, mas teve quem não conseguiu desviar da abordagem na rua de acesso, caso do zagueiro Luiz Gustavo, que acabou recebendo recados a serem transmitidos ao grupo em tons de ameaças, algo que assustou.

Já exercendo o papel de liderança mesmo com o pouco tempo de Vasco, Maxi López tomou a iniciativa de acalmar os ânimos, principalmente dos mais jovens. Experiente e com passagens por clubes de peso como Barcelona, Milan e River Plate, o argentino tem buscado passar tranquilidade nestes dias turbulentos que antecedem ao clássico com o Flamengo.

"Na Itália também tem pressão, já passei por momentos assim. Na Argentina e no Brasil, acho que os torcedores são mais apaixonados. Digo aos mais jovens que ficam mais preocupados, que tudo muda no campo", declarou o argentino.

A onda de protestos começou na última segunda em pontos espalhados. Sem o horário e local do desembarque divulgados pelo Vasco, grupos de organizadas se dividiram entre os aeroportos Santos Dumont e Galeão.

Torcedores do Vasco foram ao aeroporto para protestar, mas foram driblados - Bruno Braz/UOL - Bruno Braz/UOL
Torcedores do Vasco estiveram no aeroporto para protestar, mas foram driblados
Imagem: Bruno Braz/UOL

A delegação acabou chegando de Salvador pelo aeroporto internacional, e por lá cerca de dez integrantes de torcidas se fizeram presentes. O elenco, então, conseguiu driblá-los pela pista, onde ingressaram em um ônibus e pegaram uma saída alternativa.

Paralelamente, em São Januário, outro grupo realizou um protesto mais violento, com ovos atirados para dentro da sede, muros pichados, palavras de ordem e carros de conselheiros que iam para a reunião entre os beneméritos atacados. À noite, foram recebidos pelo presidente Alexandre Campello e pelo diretor-executivo Alexandre Faria para uma reunião onde fizeram cobranças, solicitaram o encontro com os jogadores e prometeram apoio.

Na noite desta terça, novamente um grupo se fez presente na entrada social do estádio e atirou bombas para dentro, fato que fez a Polícia Militar ser acionada novamente para conter os ânimos. Já o grupo que foi de ônibus para o CT não conseguiu ter a reunião com o elenco.

Nesta quarta (12), o desejado encontro, enfim, aconteceu, e cerca de 50 integrantes de organizadas se reuniram com o elenco após o treino no CT do Almirante. Os torcedores ficaram na arquibancada e os jogadores no campo. Uma grande os separavam. O tom foi pacífico e eles prometeram apoio para o clássico com o Flamengo neste sábado.

O Vasco está na 16ª posição e pode entrar na zona de rebaixamento já nesta quinta-feira (13), caso a Chapecoense vença em casa o Atlético-PR em jogo anteriormente adiado.

O Cruzmaltino enfrenta o Flamengo neste sábado, às 19h, no estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF).