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Comissão do Inter finaliza relatório e vê gestão temerária em 2015-2016

Gestão do biênio 2015 e 2016 foi presidida por Vitório Piffero e é alvo de investigações - Rafael Cabeleira/Divulgação
Gestão do biênio 2015 e 2016 foi presidida por Vitório Piffero e é alvo de investigações Imagem: Rafael Cabeleira/Divulgação

Do UOL, em Porto Alegre

28/09/2018 13h15

A Comissão Especial de Sindicância, formada dentro do Conselho Deliberativo do Internacional, entregou nesta sexta-feira (28) relatório que apurou possíveis irregularidades e mau uso de recursos na gestão de Vitório Piffero. O documento aponta gestão temerária em virtude de 14 pontos levantados no trabalho.

O Conselho de Gestão do Inter vai se reunir para analisar o relatório e depois convocará reunião no Conselho Deliberativo.

De acordo com o jornal Correio do Povo, o texto da Comissão Especial de Sindicância fala em adiantamentos de dinheiro em espécie, novamente cita contratação de empresas para realização de obras que não foram identificadas nas dependências do clube e também relata gastos ‘abusivos ou inadequados’ de cartões corporativos.

O texto ocupa 83 páginas e foi elaborado com mecanismos para evitar vazamento. Sem ser divulgado oficialmente, o relatório tem ordem trocada entre os itens e numeração para rastreamento.

Apesar das medidas, o documento veio à público antes de ser entregue oficialmente ao Conselho de Gestão e mesa diretora do Conselho Deliberativo.

Segundo o diário, o documento elaborado pede que os dirigentes responsáveis pela gestão 2015-2016 sejam enquadrados nas regras do estatuto do Inter e também em possíveis sanções da lei do ProFut. Também orienta que o clube solicite restituição dos valores.

O relatório produzido pela Comissão Especial de Sindicância fala em 140 adiantamentos que chegam a cerca de R$ 10 milhões apenas para a vice-presidência. O documento tem reprodução de depoimento dado por um funcionário do Inter ao Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), onde consta que “a prática dos adiantamentos de grandes valores, bem como a compensação por notas pelo vice de finanças, eram absolutamente incomuns e não acontecia nas gestões passadas, constituindo fato inédito”.

O documento entregue ao presidente do Internacional em exercício, Marcelo Medeiros, também afirma não ter encontrado as obras justificadas para contratação de quatro empresas de construção civil e gastos de quase R$ 10 milhões.

Também consta no relatório um levantamento minucioso sobre gastos com cartões corporativos. É relatado que foram gastos cerca de R$ 180 mil em refeições nas cidades de Porto Alegre e até Rio de Janeiro. “Eram gastos exorbitantes, sem qualquer controle ou limite, que evidenciam como eram tratados os recursos do Internacional no período da gestão 2015/16”, escreveu a Comissão em seu material.