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Gol de Jesus e Richarlison "solto" abrem briga inédita no ataque de Tite

Gabriel Jesus balançou as redes contra a Arábia Saudita - Pedro Martins / MoWA Press
Gabriel Jesus balançou as redes contra a Arábia Saudita Imagem: Pedro Martins / MoWA Press

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Jeddah (Arábia Saudita)

14/10/2018 04h00

Tão logo assumiu a seleção, na metade de 2016, Tite viu sua grande aposta para o ataque deslanchar e se tornar um símbolo da nova era na equipe. Com gols em sequência, o decisivo Gabriel Jesus ganhou status de intocável e assim seguiu até a Copa do Mundo. A seca de gols do camisa 9 na Rússia, no entanto, mudou a dinâmica do setor ofensivo do Brasil.

Na nova era à frente do time, Tite decidiu que era hora de abrir o leque de opções para a posição e observar outros atacantes. E o desempenho de cada um dos novos postulantes a compor a linha de frente com Neymar e Philippe Coutinho deixaram a inédita briga ainda mais acirrada.

Testado nos amistosos de setembro contra Estados Unidos e El Salvador, Richarlison marcou dois gols e mostrou desenvoltura dentro e fora de campo. Solto, bem entrosado, deixou ótima impressão e voltou a ser convocado para as partidas contra Arábia Saudita e Argentina. Na Ásia, Jesus voltou. E com gols, deixando a briga ainda mais aberta.

"Importante ter o Gabriel Jesus de volta e marcando. Depois do gol ele conseguiu ficar mais leve", frisou Tite, que também quer alterar a disposição tática ofensiva para criar mais chances. "Mudamos a estrutura defensiva e deixamos Neymar e Gabriel Jesus mais livres. Composição apenas lateral. É como podemos criar mais alternativas com o Neymar".

E se Gabriel Jesus ainda luta para retomar o posto, o antigo reserva agora é prioridade no ataque. Em alta no Liverpool e com bom desempenho na Copa, Roberto Firmino tomou a dianteira na briga. Ele será o titular contra a Argentina, na próxima terça-feira (!6), em Jeddah (Arábia Saudita).

No revezamento que vem fazendo no setor ofensivo, algo raro antes do Mundial, Tite busca novas opções e admite que a seleção elevou seu nível no setor ao abrir a concorrência.

"Estamos oportunizando (SIC) como podemos mexer as peças para que a gente consiga ter articulação e infiltração, ter armação e poder de conclusão. Ter posse de bola e ser vertical. Essa é a ideia. Com o Firmino, temos um jogador que compõe o meio para ter jogadores que infiltram. Ele já faz assim com Mané e Salah [no Liverpool]. Com Gabriel, temos meio e lado que atacam espaços, por vezes utilizado na equipe dele [City]. E ele fazendo a infiltração. Ainda tem o Richarlison, que faz lado e centro. Só aqui falei três, quatro, cinco variações. Temos ataque com mais opções, sim. Mas o que vai dizer se será forte será essa concorrência entre eles".

"Ainda temos Douglas Costa, Everton e o Malcom. A gente ganha, sim, e pode observar bastante", reforçou o auxiliar técnico Cleber Xavier.

A seleção enfrenta a Argentina na terça e fecha a participação em 2018 com dois amistosos em novembro - um contra o Uruguai, em Londres, e outro sem local e adversário definidos. Uma coisa, porém, já é certa. Ninguém garantiu sua vaga cativa na linha de frente para os próximos jogos.