Topo

De olho no Vasco, irmão de Galhardo toca em banda de reggae famosa

Irmãos Galhardo: Thiago e Rafael juntos após vitória do Vasco sobre o Flu - Assessoria / Thiago Galhardo
Irmãos Galhardo: Thiago e Rafael juntos após vitória do Vasco sobre o Flu Imagem: Assessoria / Thiago Galhardo

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/11/2018 04h00

Viver de futebol ou da música é um sonho que poucos conseguem realizar, mas na família Galhardo o "meteoro" caiu três vezes no mesmo lugar. Thiago, de 29 anos, é meia do Vasco e tem pedido passagem no time titular do técnico Alberto Valentim. Rafael, o irmão mais velho, é guitarrista da banda "Ponto de Equilíbrio", uma das principais referências do atual cenário do reggae brasileiro. Há ainda o caçula, Gabriel, que também vive da bola e defende o Goytacaz (RJ).

Unidos, os três estão sempre prestigiando uns aos outros em suas respectivas apresentações quando a agenda permite, assim como fez Rafael no último sábado (3), quando presenciou ao vivo no Maracanã Thiago fazer a jogada que resultou no pênalti e no gol da vitória cruzmaltina sobre o Fluminense.

Irmãos Galhardo: Thiago (camisa branca), Gabriel (no colo) e Rafael (em pé) - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Irmãos Galhardo: Thiago (camisa branca), Gabriel (no colo) e Rafael (em pé)
Imagem: Arquivo Pessoal

Após o jogo, Thiago falou sobre essa relação de carinho e incentivo mútuo.

"Ele (Rafael) é um cara que me incentiva bastante, e eu também o incentivo bastante. Sempre que dá, estou no show dele, ou ele está no meu jogo. Inclusive ele está aí (no Maracanã). Vou sair agora e encontrá-lo para jantarmos juntos. É uma rotina complicada porque fim de semana ele tem shows e eu tenho jogos e viagens, mas sempre quando tem uma brechinha, a gente está junto", disse ao UOL Esporte o jogador, que chegou a cantarolar para a reportagem uma das novas música da banda, que se chama "Na Função" e foi feita em parceria com os cantores de rap Rael e Rincón Sapiência.

Rafael faz questão de frisar que a carreira da dupla é fruto de muita dedicação e esforço desde mais novos, sempre com o apoio dos pais.

"Tenho consciência de que o que estamos vivendo poucas pessoas conseguem, é realmente difícil à beça, mas é fruto de muito esforço. As pessoas enxergam as consequências agora, mas as causas foram frutos de muito esforço, muitas renúncias, muitas batalhas diárias durante muitos anos. Você treina muito, estuda muito, faz muitos esforços para que se concretize, e todos os dias tem que continuar defendendo essa camisa, esse ideal, senão a coisa não avança. Chegar é muito difícil, e se manter é muito difícil também", disse o músico.

Na avaliação de Rafael, há semelhanças entre sua profissão e a de Thiago, principalmente na questão de estar sempre se apresentando para grandes públicos.

No "Ponto de Equilíbrio" desde 2015, o guitarrista se sente como se estivesse defendendo um clube grande, assim como o irmão, que atua em uma das instituições com maior número de torcedores no Brasil.

"É uma 'responsa' grande. As pessoas criam uma expectativa ao ver uma apresentação. Me sinto muito privilegiado de estar com os caras que estou, de se apresentar para grandes plateias no Brasil e fora".

Apesar de ser fã da banda, o reggae não é o ritmo preferido de Thiago, que acompanha o gosto da grande maioria dos boleiros do país.

"Ele gosta de pagode. Não é nem de samba. É pagode mesmo (risos)", brincou e entregou Rafael.

Banda, que é do Rio, tem torcida dividida

Oriunda do bairro de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a banda Ponto de Equilíbrio tem uma torcida dividida para os clubes cariocas, mas a maioria do grupo é formada por vascaínos e flamenguistas.

Nas brechas na agenda de shows, os companheiros de Rafael no comboio para São Januário são o percussionista Marcelo Campos e o tecladista Tiago Caetano.

Atento à briga do Vasco para fugir de vez da zona de rebaixamento, o guitarrista confia na permanência do clube na Série A e acredita que seu irmão está fazendo por merecer para ganhar uma vaga na equipe titular cruzmaltina.

"Há muito tempo! Eu e maior parte da torcida do Vasco também acha isso (risos)", disse Rafael, que desejou sorte a Thiago: "Eu espero que o Thiago vá bem, que o Vasco consiga se livrar do rebaixamento. Deu um passo importante no sábado (contra o Flu). Essa vida política do clube acabou influenciando um pouco, mas acho que vai ficar, sim. Torço para que vá bem".