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Agentes de Vinicius Jr. cobram do Santos comissão de ida de Neymar ao PSG

Vinicius Júnior e Neymar posam juntos na concentração da seleção em São Paulo - Reprodução Instagram
Vinicius Júnior e Neymar posam juntos na concentração da seleção em São Paulo Imagem: Reprodução Instagram

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

29/11/2018 04h00

A empresa FK Sports, formada por agentes de Vinicius Jr. e que chegou a contar com o atacante em seu quadro de sócios, acionou o Santos para receber cerca de R$ 2,2 milhões. A dívida é referente a uma comissão por intermediação junto ao PSG pelo recebimento das verbas de mecanismo de solidariedade que o alvinegro tem direito pela transferência do Barcelona para a capital francesa.

A FK não atuou em negociações com o PSG. Quando Neymar foi contratado, os franceses inicialmente se recusaram a pagar os valores devidos ao Santos. O alvinegro, então, contratou em setembro de 2017 uma empresa chamada Quantum Solutions, sediada em Malta, para intermediar o recebimento. A contratação da Quantum caiu em pente fino interno do clube, e com a saída de Modesto Roma Júnior e a chegada de José Carlos Peres, o pagamento foi freado.

A FK Sports comprou, em agosto de 2018, o crédito da Quantum. Em novembro deste ano, executou o Santos para receber os R$ 2,2 milhões. A empresa tem como sócios a empresária Karina Pena, o empresário Lucas Mineiro e o tio de Vinicius Júnior, Ulysses Paixão. O atacante do Real Madrid constava como sócio nos registros até a última terça-feira (27), quando sua saída da sociedade foi oficializada na Junta Comercial de São Paulo. Internamente, o jogador havia se retirado da empresa em julho, quando se transferiu para a Espanha.

Vinicius Junior deixou a sociedade em julho, mas saída só foi registrada em novembro - após consulta do UOL

Vinicius Júnior se tornou sócio da FK Sports em 2017, representado pelo seu pai. A entrada na sociedade, segundo representantes da empresa, foi por motivos práticos. Com a perspectiva de uma transferência para o futebol europeu ainda jovem, a entrada do atleta em uma empresa com seus agentes e familiares foi uma alternativa preferida à estruturação do zero de uma empresa própria no Brasil. Através da FK, o atacante pôde receber receitas de imagem e referentes aos seus patrocínios.

Foi assinado um contrato datado de julho de 2018, pelo qual Vinicius transfere suas cotas e deixa a sociedade. Esse documento, entretanto, só foi protocolado no dia 14 de novembro, mas o pedido ficou pendente por questões burocráticas. No dia 26 de novembro, depois de procurada pelo UOL Esporte sobre um possível crédito ao jogador do Real pela venda de Neymar, a FK protocolou um novo pedido, aceito nesta terça, oficializando a saída do atleta dos registros.

Na prática, a saída já produz efeitos dentro da sociedade na assinatura do contrato: a partir de julho, Vinicius deixa de assinar e participar do dia a dia da empresa, e está fora das decisões. Perante terceiros, entretanto, como em caso de cobranças judiciais e responsabilização eventual de sócios, vale a confirmação da saída na Junta Comercial, ocorrida nesta terça.

Quando a FK adquiriu a dívida referente à comissão pela transferência de Neymar, em agosto, e acionou o Santos, em novembro, Vinicius não atuava nem assinava mais pela empresa, mas ainda aparecia como sócio nos registros. O atacante sempre foi sócio minoritário, com cota de cerca de R$ 500.

A ação contra o Santos ainda não foi julgada ? o juiz se declarou impedido por ser sócio do clube, e o processo será redistribuído a outro magistrado.