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Tévez liderou decisão do Boca de não jogar final após agressões, diz jornal

Tevez no Estádio Monumental de Núñez - AP Photo/Gustavo Garello
Tevez no Estádio Monumental de Núñez Imagem: AP Photo/Gustavo Garello

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/12/2018 17h34

De acordo com o jornal argentino Clarín, Carlos Tévez atravessou a decisão do presidente Daniel Angelici e teria sido o jogador do Boca Juniors responsável por liderar o movimento que fez a equipe não atuar na tarde do dia 24 de novembro, quando enfrentaria o River Plate na segunda partida da final da Libertadores. A partida foi adiada para este domingo (9), em Madri, em virtude dos ataques da torcida do River ao ônibus em que estavam os atletas do Boca.

Naquele sábado, após o incidente com o ônibus que transportava os jogadores, ocorreu uma série de reuniões entre as duas equipes e a Conmebol para definir se a partida seria realizada. O impasse durou cerca de cinco horas e só foi encerrado após um acordo entre as partes para adiar a decisão para o dia seguinte. No domingo, a final foi novamente adiada, pois o Boca se recusou a jogar, e o jogo foi remarcado para 9 de dezembro.

A publicação do jornal revelou bastidores do que ocorreu naquele 24 de novembro. O Clarín informa que o presidente do Boca teria entrado no vestiário e dado uma ordem.

"Teremos de jogar. A Conmebol está nos obrigando. Se não entrármos no campo, perderemos os pontos da partida", afirmou o dirigente. Tévez retrucou: "Nós jogamos é o c...".

Outros líderes do elenco do Boca seguiram a decisão do ex-Corinthians, como Gago e Benedetto. Porém, seis jogadores (Buffarini, Abila, Andrada, Wilmar Barrios, Villa e Izquierdoz) mostraram-se dispostos a jogar e disputar o título mesmo assim.

Pablo Pérez, jogador que sofreu uma perda momentânea da 50% da visão do olho esquerdo com os estilhaços do vidro do ônibus, afirmou que poderia jogar se fosse preciso, mas concordou com a decisão tomada por Tévez, Gago e Benedetto.

Após a indecisão entre os próprios jogadores, Angelici teve uma reunião com Rodolfo D'Onofrio, dirigente do River Plate, com quem tinha uma relação boa. O Clarín diz que o encontro foi marcado por palavras fortes e que não resultou em nada.

A pressão de Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, e de Gianni Infantino, presidente da Fifa, para a realização da partida pressionaram ainda mais os jogadores do Boca Juniors. Resultado: a partida foi remarcada para o dia 25 de novembro e foi anunciado um acordo de cavalheiros entre as partes.

Ainda no dia 24, os jogadores do Boca Juniors teriam se reunido no hotel que estavam se concentrando. Tévez manteve a sua postura de que o Boca não entraria em campo e assim, Angelici se convenceu que a equipe xeneize não deveria entrar em campo.

Em coletiva de imprensa, o presidente disse: "O Boca não vai jogar a partida e vamos pedir que se aplique o regulamento".

Desde então, foi decidido que a final acontecerá em um campo neutro. Será em Madri, no Santiago Bernabéu, no próximo domingo (09), às 17h30 (horário de Brasília).