Abad estuda mudança no estatuto para antecipar eleição no Fluminense
Depois de cogitar renunciar ao mandato, o presidente Pedro Abad amadurece outra ideia que pode precipitar sua saída antes do fim do seu período.
Pressionado por todos os lados, o mandatário estuda a hipótese de propor a antecipação da eleição do Flu, que tem por obrigação estatutária realizar o pleito na segunda quinzena de novembro.
A decisão é complexa e envolve muitas questões legais para serem superadas. Para que o plano vá adiante, Abad teria de convocar uma Assembleia Geral para propor uma mudança provisória do estatuto. Caso sugira que a eleição ocorra mais cedo, os sócios aptos escolheriam o caminho a ser tomado. Pelas regras internas, a decisão só teria validade se 60% dos sócios comparecessem às urnas.
Se esta cláusula for superada e a maioria aprovar esta proposta, o clube tem 15 dias para definir seu futuro. A questão traz ainda um outro entrave a ser superado, já que uma eventual nova gestão teria um prazo de governo maior do que os três anos estipulados, o que pode ser um outro entrave a ser vencido.
Isolado e acuado, Abad tenta construir uma saída honrosa do clube e quer evitar o impeachment a qualquer custo. No próximo dia 20, o Conselho Deliberativo tricolor vota a matéria, mas essa ruptura traumática seria ruim para vários lados.
Além de o Fluminense mergulhar em uma grande crise institucional, o estatuto prevê que o impedimento seja precedido de eleições no clube em até 45 dias. Caso o mandatário simplesmente peça o boné, assume Fernando Leite, presidente do Conselho Deliberativo do Flu.
Leite faz parte do grupo que tem entre seus expoentes Cacá Cardoso, ex-vice geral, e Diogo Bueno, ex-vice de finanças. Os antigos aliados de Abad entendem que têm condições de tocar o Fluminense até novembro de 2019, quando um novo presidente seria escolhido. O grupo que está no poder, no entanto, não quer entregar o comando tão facilmente.
Por outro lado, a antecipação é o que deseja a ala capitaneada por Celso Barros, Mario Bittencourt e Ricardo Tenório. Integrantes de um grupo que deseja concorrer à presidência, a trinca entende que o caminho é mudar o calendário tricolor.
Em meio a este cenário, Abad procura um caminho mais 'suave' para construir sua possível saída das Laranjeiras. Até a aliados mais próximos ele já confidenciou que não reúne mais condições de governar o Fluminense, que vive dias cada vez mais conturbados fora de campo. Procurada, a assessoria de imprensa tricolor não se manifestou sobre o assunto.
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