CBF tentou, mas Tite, Justiça e política afastaram seleção do Maracanã
Na divulgação da tabela da Copa América 2019, um fato chamou a atenção: a seleção brasileira pode atuar no Maracanã apenas se chegar à final da competição, caso seja primeiro ou terceiro colocado em seu grupo. O afastamento contínuo entre a equipe brasileira principal e o lendário estádio chegaria a mais de cinco anos, já que o Brasil não atua lá desde a final da Copa das Confederações de 2013.
As críticas pela situação, invariavelmente, recaem sobre a CBF. Mas a entidade, nos últimos anos, até que tentou colocar a seleção no Maracanã, esbarrando em obstáculos técnicos e administrativos.
Uma das tentativas aconteceu antes do Mundial de 2018, realizado na Rússia. Na reta final da preparação, ainda em solo brasileiro, o plano da CBF era realizar um amistoso no Rio de Janeiro no final de maio, antes do embarque para a Europa. A iniciativa, entretanto, foi vetada pela comissão técnica.
O coordenador Edu, o técnico Tite e integrantes da preparação física e da fisiologia entenderam que a partida poderia provocar desgaste físico no grupo antes da viagem. Além disso, parte do grupo não estava 100% liberada para atividades em campo.
Concessão anulada atrapalha
Em novembro deste ano, nova tentativa. Desta vez, os empecilhos foram administrativos e jurídicos. Nem o Governo do Estado do Rio nem a Maracanã S/A, concessionária do estádio, queriam assumir os custos operacionais e entendiam que não tinham obrigações legais diante do cancelamento da concessão da arena. Em meio a um impasse político, a seleção acabou jogando na Árabia Saudita, contra a seleção local e a Argentina.
A mesma situação inviabilizou uma última tentativa de realizar amistosos no Maracanã em março do ano que vem, antes da Copa América. A CBF não conseguiu obter respostas e confirmações de Governo e Concessionária a tempo para organizar uma partida.
O estádio, inclusive, só entrou na própria Copa América após acordo envolvendo o Governo Federal, Ministério Público e Governo do Estado do Rio de Janeiro, concessionária e Comitê Organizador Local (COL) da Copa América. As partes temiam que um novo impasse tirasse o local da competição. O acerto, no entanto, determinou que o Maracanã estará cedido ao COL durante o torneio, independente de indefinições de administração.
O Brasil protagoniza a abertura da Copa América no dia 14 de junho, no Morumbi. Na fase de grupos, ainda atuará na Fonte Nova, em Salvador, e na Arena Corinthians. Se for líder ou terceiro colocado no grupo, a seleção só atuaria no Maracanã em uma eventual final. Já se for segundo lugar, o Brasil jogaria as quartas de final no estádio carioca.
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