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Base do Fla tenta recomeçar após incêndio com psicólogos e ajuda da Ferj

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/02/2019 04h00

Quase três semanas após a tragédia no CT Ninho do Urubu, o departamento de base do Flamengo se organiza para o retorno de todas as categorias. O recomeço é difícil e apoiado em uma série de medidas junto com psicólogos e assistentes sociais. Até uma importante colaboração da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) faz parte do processo.

Algumas categorias já retornaram, mas longe do Ninho do Urubu, fechado para crianças e adolescentes pela Justiça do Rio de Janeiro. O sub-20, por exemplo, se apresentou no Cefan (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes), zona norte do Rio de Janeiro, e viajou para uma pré-temporada no Espírito Santo.

Outras categorias inferiores se apresentaram no Cefan ontem. Os meninos entre 14 e 17 anos, faixa etária dos atingidos no incêndio, retornam logo após o Carnaval, em local ainda estudado pela diretoria, mas com boas chances para o centro da Marinha.

Por conta da longa interrupção nas atividades, o Flamengo solicitou à Ferj o adiamento de rodadas em todas as competições de base, sendo prontamente atendido para que tenha o tempo de uma preparação minimamente adequada. 

"Idealizamos um plano para que possamos retornar da forma mais tranquila possível. O objetivo é identificar as necessidades dos jovens por conta de tudo o que aconteceu. Temos muito cuidado com relação a isso", explicou o vice-presidente de futebol de base, Vítor Zanelli.

Psicólogos e assistentes sociais norteiam o processo, principalmente com os meninos que ocupavam os alojamentos. Em um deles, dez morreram e outros três ficaram feridos. Treze escaparam ilesos.

"Não pode ser feito de qualquer forma. Todos os atletas que foram para casa e estavam no alojamento têm atendimento psicológico diário, da mesma forma que famílias e funcionários. É um trabalho de análise para que sejam atendidos da melhor forma possível", comentou o dirigente.

Ainda que o local de treino seja improvisado em razão do fechamento do Ninho do Urubu para crianças e adolescentes, o Flamengo mantém a estrutura de trabalho enquanto o caso se desenrola na Justiça. Os mais de 300 atletas seguirão com cinco refeições diárias, acompanhamento médico completo, odontológico e assistência social.