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Luis Enrique elogia Neymar, mas põe em dúvida se será um jogador hegemônico

Luis Enrique deixou o comando do Barcelona em 2017 - Reuters / Darren Staples
Luis Enrique deixou o comando do Barcelona em 2017 Imagem: Reuters / Darren Staples

Do UOL, em São Paulo (SP)

10/03/2019 09h13

À frente da seleção da Espanha desde 2018, o ex-barcelonista Luís Enrique duvida que Neymar chegue a ser um jogador unânime algum dia, embora tenha admitido que o brasileiro tem talento para isso.

"Tem potencial para ser hegemônico. O tempo dirá. Não tenho plena convicção de que o seja, mas é um ganhador no campo", disse o treinador em entrevista à "Rádio Catalunya",

O técnico também falou dos tempos de Barcelona e do período em que teve sob seu comando o trio Messi, Suárez e Neymar, conhecida como "MSN".

"Decidimos contratar Luís Suárez... contratamos três craques. Lembro que Cruyff dizia que não deveria ter mais de um galo no galinheiro. E nós juntamos os três. Havia dúvida de como se levaria com Neymar e Messi, e se deram bem. Um uruguaio, um brasileiro e um argentino... para fazer um bom cozido", disse Luís Enrique.

"Eliminamos todos os campeões de ligas nacionais e jogamos afinal contra a Juve. Ganhamos títulos, mas como os ganhamos é o incrível. Todos tinham que defender e atacar. Todos. Tínhamos equilíbrio", orgulha-se o treinador. "No ataque, Messi sempre tinha liberdade para encontrar os espaços livres em função de como o rival se defendesse."

Luís Enrique também elogiou a "alegria" de Neymar. "É um cara incrível, a nível humano é muito jovem e com vontade de aprender e ser feliz... está aberto a melhorar. Mas há um Neymar em sua vida, a de brasileiro, como Ronaldinho e Ronaldo. Nunca tive uma queixa com ele. Gosto de sua alegria, como a de Dani Alves."

Por fim, Luís Enrique explicou as circunstâncias de sua saída do clube e afirmou estar mais tranquilo na seleção. "Vivo muito bem, algo que desconhecia. Sigo sendo treinador, mas sou de maneira intermitente. Faço um trabalho muito diferente, de seguimento. Tenho tempo para fazer muitas coisas e desfrutar de outas coisa que quando entra em um clube não se pode fazer", disse o espanhol, que deixou o comando do clube em 2017.

"No início da minha terceira temporada eu disse a eles que deveriam buscar um substituto. Fiquei sem bateria. Você se afeta continuamente com tudo que passa, e no Barça passam muitas coisas. O dia a dia desgasta muito, são 60 partidas por ano, 120 coletivas de imprensa. Muitas noites sem dormir. Não tinha mais para dar, não tinha energia. Se era para ser honesto, os jogadores precisavam de outra pessoa para contar-lhes a história de outra maneira. Valverde está fazendo de forma maravilhosa, é outra maneira de ver as coisas", completou.