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"Pai babão" e vendedor de chocolate: Clayson supera drama com família unida

Arthur Sandes e Flávio Latif

Do UOL, em São Paulo

23/03/2019 04h00

O ano de 2019 para Clayson representa a volta por cima depois de um 2018 difícil de superar. Após viver um período delicado tanto pessoal quanto profissionalmente, o atacante do Corinthians agora é titular, tem sequência de jogos e ganha elogios frequentes de Fábio Carille. Além de tudo isso, revelou em entrevista exclusiva ao UOL Esporte que também é um "pai babão" e faz um "bico" como vendedor de ovos de Páscoa.

Clayson é pai da Maria Valentina, bebê de nove meses que já nasceu batalhadora: prematura, precisou ficar 28 dias na UTI antes de ir para casa. Foram "tempos de angústia e preocupação" que o jogador passou ao lado da mulher Amabile, mas que foram superados.

"Amadureci bastante fora de campo, como pai, como homem também. Com certeza aquilo me fortaleceu ainda mais para procurar meu espaço, batalhar para vencer", conta Clayson, que mais ou menos na mesma época se lesionou, passou pelo falecimento da sogra e também foi suspenso pelo STJD. "Tudo serviu de aprendizado. Essas coisas acontecem, e a gente não programa. Então me ajudou a ter uma cabeça melhor", afirma.

Clayson e a filha, Maria Valentina - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Com nove meses recém-completos, Maria Valentina é a alegria da casa de Clayson
Imagem: Reprodução/Instagram

O período difícil é passado, e agora Clayson não vê a hora de chegar em casa todos os dias para aproveitar a vida de papai. "Sou um pouco mais coruja, porque é a primeira filha então a gente fica um pouco mais babão, chega em casa e quer brincar. É muito legal tê-la em casa, um sentimento bem diferente", diz o jogador, entre sorrisos, sobre Maria Valentina.

Em casa, Clayson se divide entre a função de pai e a de "vendedor". Amabile é confeiteira e já está preparando ovos de Páscoa para vender por encomenda, e é o jogador quem faz a propaganda dos doces no elenco do Corinthians.

"No ano passado eu trouxe para eles experimentarem. Gostaram e compraram bastante. Nesse ano não precisa trazer, né? Já conhecem. É só para os novatos. A propaganda é boa, e vamos fazer a rapaziada comprar bastante. Fico só fazendo tentação para eles", ri o atacante, que jura não assaltar a geladeira quando Amabile não está vendo. "Eu não sou tão viciado, mas eu gosto, como sim. Ela faz uns menores para a gente ir comendo, e é muito bom. Ela realmente tem o dom, gosta de fazer", diz.

Entre a vida de pai e os chocolates da mulher, Clayson deve ser titular do Corinthians neste domingo (24), na visita à Ferroviária pelas quartas de final do Campeonato Paulista. O jogo é às 19 horas (de Brasília), na Arena Fonte Luminosa.

Evolução é fruto da melhora física

Clayson esteve em campo nas últimas 11 partidas do Corinthians, tendo participado de cada jogo desde a sua estreia na temporada. A sequência é fruto de uma condição física ideal e do acompanhamento preciso da comissão técnica, diz o atacante. "Tenho melhorado bastante. Até converso com a comissão [técnica] porque estou me sentindo bem leve. Estou conseguindo terminar os jogos bem, recompondo inteiro. A sequência está ajudando, e estou confiante", afirma, valorizando a pré-temporada.

"Estou conseguindo começar esta temporada como terminei as outras, isso é o mais importante. O Carille também vem mesclando [jogos como titular e reserva], porque a comissão técnica tem os dados de quem está mais cansado, para ser poupado. Me sinto bem, em uma crescente muito boa, e espero continuar assim", planeja Clayson.

Confira outras respostas da entrevista:

Elogios de Carille pelo "um contra um"

"[Os elogios] me dão maior confiança porque é realmente o jogo que eu mais gosto de fazer, o um contra um, é o jogo que eu procuro. O elogio me ajuda para poder desenvolver da melhor maneira possível. Claro que é uma jogada minha, mas em prol do grupo, para quebrar a marcação e encontrar um companheiro livre. Venho trabalhando bastante para poder evoluir cada vez mais e acertar as jogadas que entram em mim", afirma Clayson.

Evolução coletiva do Corinthians

"A tendência é que o time melhore, como já evoluiu muito. São dez jogos sem perder porque o time vem criando uma consistência também: a marcação começa lá na frente, e a linha de trás também tem nos ajudado a fazer gols. Em um todo, a equipe vai evoluir bastante e com certeza vai brigar por coisas grandes neste ano", aposta Clayson.

Parceria com Danilo Avelar no lado esquerdo

"A gente vem se conhecendo bastante, desde o ano passado estamos juntos. Já sabemos os movimentos, o que fazer para receber a bola e também na marcação. Jogando juntos isso facilita, a gente vai se conhecendo a cada dia e bate uns papos também, para melhorar cada vez mais", diz Clayson.

À vontade na "Família Corinthians"

"Me sinto em casa, estou bem à vontade. Desde que cheguei o clube sempre me recebeu muito bem, me apoiou. Hoje acontece o mesmo com quem chega, porque este clube é uma família, e todo o mundo se ajuda. Estou feliz aqui, à vontade e trabalhando forte para ganhar mais títulos. Tenho gratidão por tudo que tenho passado aqui", afirma Clayson.

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