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Além do elenco: por que Mano acha o atual Cruzeiro melhor que o de 2018

Pedro Vale/AGIF
Imagem: Pedro Vale/AGIF

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

12/04/2019 04h00

Na última quarta-feira, o Cruzeiro deu mais uma prova do seu poderio na temporada de 2019. Na vitória por 4 a 0 contra o Huracán, o time mineiro atropelou a equipe argentina, permaneceu com 100% de aproveitamento na competição e garantiu de forma antecipada uma vaga para as oitavas de final. Mesmo em partidas importantes como essas, Mano Menezes pôde se dar ao luxo de trocar jogadores importantes e, mesmo assim, manter o alto nível técnico da equipe. Esse é apenas um dos motivos para o Cruzeiro de 2019 ser visto como superior ao de 2018.

Na vitória contra o Huracán, as novidades no time que começou o jogo foram Dodô e Orejuela, ambos nas laterais. O esquerdo deixou ótima impressão no Santos e hoje é reserva de Egídio. No lado oposto, o colombiano mal chegou por empréstimo e já divide a opinião dos torcedores sobre sua utilização no lugar do titular Edilson. Em outras ocasiões, Henrique, Marquinhos Gabriel e até Rodriguinho também ficaram de fora. Nenhum deles estava com a situação física preocupante, mas a qualidade dos substitutos permitiu a Mano se dar ao luxo de rodar a equipe.

"Quando me perguntaram sobre o que eu pensava sobre o grupo que montamos para este ano, eu disse que achava que tínhamos conseguido qualificar mais o elenco. Se o time seria mais qualificado, os jogos é que iriam mostrar. Isso é que os jogos e os campeonatos mostram. O grupo é qualificado, e isso nos dá a oportunidade de trocar dois laterais, como aconteceu. O time continua rendendo, isso vai ser necessário na temporada. Não vamos escolher jogos, e quem não quer escolher tem que colocar uma equipe em campo capaz de brigar pela vitória", comentou o treinador.

Números comprovam melhora

Até aqui, os jogos têm mostrado porque o Cruzeiro está mais qualificado. O primeiro motivo vem através dos números. Único invicto da Série A do Brasileirão até o momento, a Raposa nunca teve uma sequência tão grande de vitórias sob o comando de Mano Menezes. Em 2017, o treinador viu seu time vencer sete partidas seguidas (um amistoso, três pelo estadual, duas na Primeira Liga e uma partida na Copa do Brasil). Desta vez, já são dez jogos (seis pelo Mineiro e quatro pela Libertadores). Essa já é a maior sequência nos últimos cinco anos, superada apenas pelo time de 2013, que venceu 12 compromissos seguidos no comandado por Marcelo Oliveira.

Time, torcida e diretoria tratam a Libertadores como obsessão, e estão impecáveis até o momento. Com quatro vitórias e nenhuma derrota, este é o melhor início em toda sua história no torneio. No ano passado, o clube terminou em primeiro na chave, mas não se encontrou nos três jogos iniciais, e teve chances reais de cair ainda na fase de grupos. Neste ano, além de vencer, chama atenção a maneira como a equipe se comporta em diferentes cenários, sabendo entender e lidar com os jogos mais técnicos e com a bola no chão, de muita disputa física ou com constante pressão adversária.

Por ser um time treinado por Mano Menezes, era de se esperar que o Cruzeiro apresentasse um bom aproveitamento na defesa. Depois de passar o quarto jogo sem levar gols na Libertadores, o time também igualou seu melhor início defensivo, que foi em 2015. No ataque, a equipe também está fazendo bonito, e os oito gols marcados colocam a Raposa entre os primeiros no quesito.

Por fim, a rápida adaptação de peças novas também faz parecer que o time do Cruzeiro joga junto há muito tempo, independente da escalação dentro de campo. Seja no time titular ou reserva, o entrosamento mostrado entre os atletas é bastante perceptível. Isso só é possível devido ao estilo de jogo que se consolidou ano após ano. Peças como Marquinhos Gabriel e Rodriguinho já estão em casa, assim como outros que se mostram bem à vontade quando entram em campo, casos de Dodô e Orejuela.

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