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Presidente de clube do RS dá show em intervalo para animar torcida

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

19/04/2019 04h00

Tratar uma partida de futebol como um grande evento, dando atrações além do campo de jogo aos torcedores, não é privilégio de grandes clubes ou grandes centros. Pelo menos é o que mostra o Tupi, da cidade de Crissiumal, no noroeste gaúcho. O clube que disputa a Divisão de Acesso do Gauchão conta com o presidente Alberto Biasibetti como atração. No intervalo ou antes dos jogos, o show de embaixadas e malabarismos é do mandatário.

Com 50 anos, Betinho, como é conhecido, preside o Tupi pela segunda vez. Nesta temporada o clube acabou eliminado antes da fase final da Divisão de Acesso. No ano passado por pouco não subiu para elite do futebol gaúcho.

A habilidade com a bola o fez tentar carreira no futebol, impedida por uma lesão. E ao assistir um comercial de televisão com Pelé, veio a paixão por brincar com a bola fazendo embaixadas. Hoje ele pega a bola, vai para o campo no intervalo dos jogos e cruza o campo de um lado a outro fazendo embaixadas. Entre momentos com a bola nos pés ou séries só com a cabeça, ele se diverte e diverte os aficionados nas arquibancadas.

"Há muito tempo, desde pequeno, eu via propaganda do Pelé, do Vitassay, e gostava. Comecei a inventar mais, fui fazendo embaixada, gostando disso. Fiz uma apresentação no Olímpico (antigo estádio do Grêmio), fiz em feiras na cidade, desfiles de sete de setembro, onde tiver futebol eu vou, em clubes do interior", contou em entrevista ao UOL Esporte. "No Tupi eu faço sempre que posso. Antes do jogo ou no intervalo. O pessoal gosta bastante", completou.

E a habilidade com a bola deu a Alberto, ou Betinho, mais um apelido. "Sou conhecido como homem foca. Minha especialidade é balãozinho com a cabeça", sorriu.

Os shows ocorrem no estádio Rubro-Negro, com capacidade para 2.500 pessoas. A média de público, porém, fica perto dos mil torcedores por partida.

E quem é contratado pelo Tupi, de cara precisa passar pela avaliação do mandatário, que era ponta esquerda na juventude, mas precisou encerrar carreira antes do profissional por conta de uma lesão.

"Quando chega um jogador novo no Tupi, eu logo faço uma aposta com ele. Quero ver quem faz mais embaixadas. Eles não me conhecem, eu ganho a maioria. A torcida adora, gosta muito", comentou. "Eu digo para os jogadores: o que você faz com o pé, eu faço com a cabeça. E dou risada", completou.

Os recordes são de respeito. Segundo ele, uma hora e meia sem perder o controle da bola é o período maior. "Até me atrapalharem", brinca. E percorrer 1,5 Km no desfile de 7 de setembro sem deixar a bola cair. Toda avenida central da cidade fazendo embaixadas.

"No intervalo dos jogos, anima a torcida. É muito bom levar isso para crianças, colégios, e para o estádio. No intervalo muitas vezes não tem atração, e eu ali no campo acaba sendo algo diferente, que traz alegria", contou sobre o show à parte.

Crissiumal é a menor cidade do Rio Grande do Sul com futebol profissional. O Tupi foi campeão da Terceirona em 2013 e desde 2014 disputa a Divisão de Acesso (correspondente à segunda divisão). O clube se orgulha de ter feito parte do início da carreira de atletas conhecidos, como os ex-goleiros Danrlei e Taffarel.