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Grêmio patina na Arena e faz Renato sofrer contestação após dois anos

Pedro H. Tesch/AGIF
Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

07/05/2019 04h00

A segunda derrota em casa no Campeonato Brasileiro, somada a oscilação na Libertadores, faz Renato Gaúcho conviver com algo que há tempos não aparecia: contestação ao trabalho e escolhas. Parte da torcida do Grêmio e uma ala da diretoria do clube entendem que o desempenho inconsistente do time passa diretamente pela atuação do técnico.

O último momento de crítica mais forte a Renato ocorreu em maio de 2017, após eliminação na semifinal do Gauchão. Com o Brasileiro, o time voltou a engrenar e naquele ano acabou campeão da América.

Apesar da contestação, o Grêmio sequer cogita mexer no comando do time. Renato tem contrato até dezembro e segue com apoio da alta cúpula gremista.

O maior movimento público contra Renato Gaúcho, na verdade, é uma tentativa de tê-lo por perto. Nas redes sociais, flamenguistas começaram a campanha 'Fora Renato' de olho em eventual saída de Abel Braga. Os gremistas ironizaram, mas também possuem suas críticas.

A gota d'água, claro, foi a derrota em virada histórica no último domingo, diante do Fluminense. Mas desde o início da fase de grupos da Libertadores existem críticas pontuais ao treinador.

O entendimento da ala crítica da diretoria é que falta repertório ao time. Mesmo com o título gaúcho invicto, a contestação é sustentada pela oscilação da equipe.

No ano, os números gerais são incontestáveis. O Grêmio tem quase 62,7% de aproveitamento, 50 gols marcados e somente 13 gols sofridos em universo de 13 vitórias, oito empates e apenas quatro derrotas. A situação se inverte completamente quando o Campeonato Gaúcho é sacado do retrospecto.

Com apenas duelos válidos pela Libertadores e Brasileiro, o índice despenca: oito partidas com somente duas vitórias, dois empates e quatro derrotas.

"Na Libertadores já conseguimos recuperar. No Brasileiro, pode ter certeza que também vamos nos recuperar", disse Renato Gaúcho depois do 5 a 4 sofrido para o Fluminense.

Para o lado da diretoria que defende o treinador e ídolo, a explicação para contestação agora, neste momento da temporada, tem até viés eleitoral. Em outubro, ocorrem eleições para presidente e renovação de metade das cadeiras do Conselho Deliberativo e haverá disputa acirrada entre movimentos políticos por lugares no legislativo tricolor.

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