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Falhas e baixo poder de fogo evidenciam pior fase do Cruzeiro em 2019

Acostumado a comandar times que levam poucos gols, Mano admite momento ruim do Cruzeiro - Pedro Vilela/Getty Images
Acostumado a comandar times que levam poucos gols, Mano admite momento ruim do Cruzeiro Imagem: Pedro Vilela/Getty Images

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

14/05/2019 04h00

Tratado como um dos melhores times do Brasil, o Cruzeiro não está convencendo dentro de campo. Nas últimas três semanas, a equipe teve uma queda de produção, conheceu suas primeiras derrotas e teve seu desempenho questionado até mesmo nos triunfos. No último domingo, a derrota por 3 a 1 para o Internacional deu novos sinais de que o clube atravessa sua pior fase na temporada, cometendo falhas há muito tempo não vistas e levando gols com uma frequência bem atípica para os trabalhos de Mano Menezes.

A instabilidade começou após a conquista do estadual. Mano alegou que o título mineiro trouxe um relaxamento natural e passageiro, mas a volta daquele futebol encantador dos primeiros meses do ano ainda não aconteceu. Um motivo é que os atuais adversários são bem mais complicados do que as equipes do interior de Minas. Outra razão é que o time passou a cometer falhas que o torcedor não estava acostumado a ver.

Quando saiu de Belo Horizonte neste Brasileirão, o Cruzeiro perdeu para o Flamengo e Internacional. Apesar de ter triunfado fora de casa na Libertadores, agora já são 15 jogos sem vitórias como visitante no campeonato de pontos corridos. Outro dado que chama atenção é o número de gols que a equipe levou. No Rio de Janeiro e em Porto Alegre, a Raposa foi vazada três vezes em cada jogo. Isso não acontecia há sete meses (derrota por 3 a 1 contra o Palmeiras, em 30 de setembro de 2018). Na partida do Beira-Rio, todos os tentos foram marcados em rebotes que a zaga não conseguiu afastar. No gol de Guerrero, o Inter finalizou quatro vezes e pegou todas as sobras até ver seu atacante balançar as redes.

"Cometemos muitos erros num setor que não os cometia antes. Os três gols saídos de rebotes defensivos apontam uma falta de posicionamento melhor. Defensivamente não podemos dar tantas vantagens a um atacante num rebote como demos. É gol demais, lógico. Se você toma três, tem que fazer mais gols. Já é difícil conseguir um ponto, imagine dar ao adversário tantas vantagens. Torna-se impossível vencer", comentou o técnico Mano Menezes.

"Não é normal tomar tantos gols, nosso time sabe trabalhar bem em conjunto, mesmo quando está passando por dificuldades. Não é normal, mas vamos corrigir essa situação. É uma fase, uma tempestade que deu uma passada aqui na Toca, mas nós vamos fazer de tudo para ela passar. Temos que afastar as más influências e as energias negativas para voltar à fase boa", disse o zagueiro Dedé.

Nos últimos cinco jogos, foram duas vitórias e três quedas. Pela Libertadores, caiu em casa para o Emelec na semana passada. Uma derrota no Mineirão pela fase de grupos do torneio não acontecia há 22 anos, desde a temporada de 1997. Pilares da equipe como Thiago Neves e Robinho já reconheceram que o time está longe de apresentar seu melhor futebol. Recentemente, o camisa 10 disse ter dúvidas se a equipe é vista com a mesma força de meses atrás. Mesmo nas vitórias contra o Ceará e Goiás, pelo Brasileirão, os jogadores erraram muito, criaram pouco e passaram uma imagem bem distante de outras apresentações bem mais envolventes.

Agora a equipe direciona suas atenções para o Fluminense, adversário de amanhã na Copa do Brasil. Apesar de jogar fora de casa, a partida de ida pode dar um novo gás ao clube, que já criou uma boa casca nesse tipo de competição. Antes da parada para a Copa América, o Cruzeiro ainda pega outros adversários tradicionais, como Corinthians e São Paulo.

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