Ex-Inter lembra castigo na Coreia e dinheiro a juiz para vencer no Ásia
Cassiano é um "cigano" do futebol. Ex-jogador do Inter, o atacante de 29 anos passou por 15 clubes na carreira, em diversos Estados e países. Em alguns deles, inclusive, viveu momentos pitorescos. Comissão técnica fumando no vestiário, pagamento de juiz e castigo em caso de derrota ocorreram nas andanças pelo mundo. Agora no CSA, ele busca o recomeço no Brasil e ainda lembra os tempos de Colorado.
Cassiano chegou do São José-RS em 2010. Saiu para alguns empréstimos e voltou em 2012, quando recebeu as primeiras chances. Disputou 16 partidas, marcou três gols. Permaneceu no elenco para o ano seguinte, mas fez apenas quatro jogos, com um gol, e foi emprestado ao Criciúma.
"Logo que cheguei ao elenco principal joguei todos jogos restantes do Brasileirão, e fui bem. No ano seguinte houve troca de treinador, contratações, acabei perdendo espaço e faltou oportunidade", disse ao UOL Esporte. "Eu estava confiante. Comecei o ano de 2013 já fazendo gol, achei que voltaria a ter sequência, mas não foi isso que aconteceu. São coisas que fazem parte do futebol", completou.
Foi o início de uma carreira marcada pelas trocas de clube. Se antes do Inter ele havia atuado em São José-RS, Esportivo-RS, Glória-RS e Nea Salamis, do Chipre, depois veio Criciúma, Santa Cruz, Fortaleza, Gwangju, da Coreia, Goiás, Aqtobe, do Cazaquistão, Brasil de Pelotas, Paysandu, Heilongjiang Lava Spring, da China e, finalmente, o CSA. Um total de 15 equipes na carreira.
"Todo jogador quer se consolidar, ter uma identidade em um clube, comigo não é diferente. Mas acredito que minha carreira nunca foi fácil, sempre um desafio novo, e encaro isso da melhor maneira possível. Sempre conhecendo lugares novos, culturas diferentes... Sou muito grato a Deus por todos os lugares que pude passar", afirmou.
E das passagens pelo exterior vieram momentos pitorescos. Na Coreia, na segunda divisão chinesa e também pelo Cazaquistão, país da região central da Ásia.
"Na Coreia, um treinador costumava dar castigo para os jogadores quando perdíamos algum jogo. Na China, a comissão técnica costumava fumar nos vestiários. E no Cazaquistão (risos), houve jogos que tínhamos que tirar dinheiro do nosso bicho para pagar o juiz, senão outro clube iria pagar mais e o juiz poderia ajudar o outro time. Dava raiva, mas era melhor pagar e pegar um pouco menos do bicho que não pegar nada (risos)", brincou.
Das experiências fora do país, além dos momentos pouco convencionais, vieram experiências em campo.
"Na Coreia é bastante competitivo. Na China eu joguei a segunda divisão, o nível era um pouco baixo, mas como só podiam dois estrangeiros por time acabava sendo bastante nivelado. O Cazaquistão foi um lugar que me surpreendeu. Podiam jogar seis estrangeiros, então o campeonato era bastante difícil. Tinha brasileiros, sul-americanos, gostei da experiência lá", contou.
De volta ao Brasil, o CSA lhe abriu as portas. Até agora são quatro partidas pelo Brasileiro. E neste domingo o duelo no clube que o projetou para o futebol e onde teve poucas chances.
"Espero que a gente consiga conquistar nosso maior objetivo, que é a permanência na Série A, acredito que temos potencial para isso e que vamos conseguir", finalizou.
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