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Na Série C, capitão e destaque do Atlético-AC larga futebol para virar PM

Leandro Jucá, volante do Atlético-AC, largou o futebol para virar policial militar - Manoel Façanha/Divulação
Leandro Jucá, volante do Atlético-AC, largou o futebol para virar policial militar Imagem: Manoel Façanha/Divulação

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

24/05/2019 12h00

O volante Leandro Jucá se despediu nesta semana do elenco do Atlético-AC, que disputa a Série C do Brasileiro. O motivo é que o capitão formado nas categorias de base do clube de Rio Branco foi convocado para se apresentar no curso de formação da Polícia Militar. O jogador havia sido aprovado no concurso da corporação em 2017 e está empolgado para começar sua nova carreira.

"Queria um emprego que me desse mais estabilidade e segurança para seguir a vida", disse o jogador de 25 anos, um dos principais nomes do acesso da equipe à terceira divisão em 2017. Na época, a formação do elenco atleticano chamara atenção por reunir universitários e concurseiros, que se equilibravam entre o futebol e a perspectiva de uma carreira "comum".

"Meu pai, que serviu o Exército, está muito orgulhoso de mim", disse o jogador, que parece não se preocupar com estatísticas alarmantes de violência sofrida por policiais. "Vivemos um problema grande violência no país inteiro e qualquer pessoa está sujeita a passar por isso."

Jucá disputou três Copas São Paulo de Juniores antes de se profissionalizar no Atlético e passar por times como o Galvez e o Rio Branco, ambos do Acre.

Mesmo tendo sido aprovado há quase dois anos, o volante viveu a expectativa da convocação e ainda teve tempo de ser campeão estadual e participar da campanha de 2018 na Série C. Empresários se aproximaram com propostas de contratos, mas ele preferiu se manter na cidade pensando na convocação da PM.

Como o curso para formação de policiais começa no dia 31 de maio, ele não viajará mais para enfrentar o Remo em Belém (PA) no domingo. O compromisso seguinte do clube acreano será contra o Juventude, em Caxias do Sul (RS), em 1º de junho.

"Comprometido, profissional, dedicado, sua garra e técnica apurada sempre chamaram atenção", escreveu o clube em uma nota de agradecimento ao atleta. "Toda vez que entrava em campo, além de carregar o azul celeste, também deixava transparecer em seu sangue o verde e amarelo do Brasil e principalmente do Acre.

Incontestável na marcação, mágico na criação... O reconhecimento que precisamos mencionar vai além das palavras. O futebol formou mais que um jogador, na verdade, fez um grande homem, que eternizou sua história esportiva junto ao Atlético Acreano."