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Argentino vira mico no PSG e atrapalha negociação por brasileiro Allan

O argentino Leandro Paredes, que comprado por 45 milhões de euros do Zenit - Epsilon/Getty Images
O argentino Leandro Paredes, que comprado por 45 milhões de euros do Zenit Imagem: Epsilon/Getty Images

João Henrique Marques

Do UOL, em São Paulo

31/05/2019 04h00

Em um momento tenso do Paris Saint-Germain no início da temporada, o treinador Thomas Tuchel montou uma lista de reforços para o meio-campo. A diretoria do time francês, então, decidiu investir 45 milhões de euros no argentino Leandro Paredes. Cinco meses depois, a contratação é vista com um "mico" pela imprensa francesa. Jornais citam o rendimento ruim apresentado pelo jogador somado ao alto valor pago ao Zenit, da Rússia, para justificar a crítica.

Mais do que isso, esses 45 milhões ainda impedem o clube de realizar grandes investimentos para próxima temporada - incluindo a desejada contratação do brasileiro Allan, do Napoli. Na mira do Fair Play Financeiro da UEFA desde as contratações de Neymar e Mbappé por cerca de 400 milhões de euros, o PSG está sendo obrigado a agir discretamente no mercado. Só vai se mover em caso de venda de jogadores. O valor pago por Paredes em um momento de desespero prejudicou o caixa que era criado para o mercado de verão na Europa, que começa em 1º de julho.

Paredes enfrentou resistência de parte da diretoria para chegar ao PSG justamente por conta do valor. O clube, então, ofereceu à Tuchel opções mais baratas, como o argentino Luciano Acosta, do DC United, e o brasileiro Thiago Mendes, do Lille. Só que o treinador vetou as negociações. Preferia Paredes.

"Trabalhamos com a análise de pior reforço (Leandro Paredes) da temporada. Você pode avaliar o (atacante) Choupo-Moting como o pior pela questão técnica, mas pelo conjunto da obra, o valor e o retorno técnico, o Paredes tem baixa avaliação. Foi uma ansiedade do Tuchel e um trabalho ruim de mercado da diretoria", destacou Frederic Goulart, repórter do jornal francês Le Parisien.

A teimosia de Tuchel até fazia sentido. Como o PSG optou por afastar o francês Rabiot em meio a um impasse contratual, o elenco ficou carente de opções no meio-campo. Somente o italiano Verratti era capaz de fazer as funções de primeiro ou segundo volante. Por isso, o treinador alemão usou os brasileiros Marquinhos e Daniel Alves e o alemão Draxler como alternativas no setor.

Mesmo após a chegada de Paredes, Tuchel priorizou as improvisações no meio-campo nos jogos de oitavas de final da Liga dos Campeões, diante do Manchester United - o PSG foi eliminado no critério de desempate gols fora de casa após o empate por 3 a 3 no placar agregado. No total, o argentino participou de 18 jogos, sendo 14 como titular. Ele ainda não tem gol marcado pelo clube.

Na avaliação de todo o elenco do PSG na temporada, feita pelo jornal esportivo francês, L'Equipe, Paredes levou nota 5.7. É a segunda pior média do elenco, superior somente a de Choupo Moting, com a nota 5.5.

Allan marca Neymar durante jogo entre Napoli e PSG - Alberto PIZZOLI / AFP - Alberto PIZZOLI / AFP
Allan marca Neymar durante jogo entre Napoli e PSG
Imagem: Alberto PIZZOLI / AFP

Como Paredes afeta Allan

A falta de opções no elenco para o meio-campo ainda faz Tuchel considerar obrigatória a vinda de outro jogador. Neste caso, a contratação viável, e próxima de ser finalizada, é a do espanhol Ander Herrera, do Manchester United. O contrato do espanhol com o clube inglês termina no fim de junho e Herrera já comunicou sua saída publicamente.

Na lista de prioridades do PSG para o setor ainda consta o brasileiro Allan. Só que a negociação com o Napoli gira na casa dos 50 milhões de euros. Para fazer tal investimento, é preciso vender alguém do elenco.

Com tantas críticas, até mesmo a transferência de Paredes não é negócio descartado. O problema é que ninguém no clube francês acredita que alguém cubra o valor de 45 milhões de euros pago pela compra do jogador. Uma negociação abaixo dessa quantia só reforçaria o status de "mico" do argentino no clube.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que foi informado anteriormente, o placar agregado de PSG e Manchester United foi 3 a 3 e não 4 a 4.