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Veteranos chegam em alta à seleção e reforçam estratégia de Tite

Daniel Alves em ação no amistoso contra Honduras, em Porto Alegre - Pedro H. Tesch/AGIF
Daniel Alves em ação no amistoso contra Honduras, em Porto Alegre Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

Bruno Grossi, Danilo Lavieri, Marcel Rizzo e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

12/06/2019 04h00

Uma das principais críticas feitas a Tite sobre a convocação para a Copa América estava na lentidão para reformular a seleção brasileira. A presença de veteranos, principalmente no setor defensivo, motivou essas contestações. Mas o bom desempenho dos mais experientes às vésperas do torneio continental ajudam a reforçar a estratégia traçada pela comissão técnica.

Nos amistosos contra Qatar e Honduras, o capitão e lateral-direito Daniel Alves, de 36 anos, registrou duas assistências. Thiago Silva, 35, marcou um gol sobre os hondurenhos. Filipe Luís, 33, também conseguiu uma assistência e ainda se vê no foco de especulações no mercado de transferências. Já recusou o Borussia Dortmund e, segundo a imprensa espanhola, é alvo do Barcelona.

Miranda, 34, vive situação parecida e atrai o interesse de clubes da Inglaterra. Além do quarteto defensivo, Fernandinho também já esta no time dos veteranos. Aos 34, foi um dos melhores do último Campeonato Inglês, com protagonismo no título do Manchester City. Em comum, os cinco atraem olhares desconfiados dos torcedores brasileiros, mas transmitem segurança para o elenco da seleção.

"Eu acho que não temos que olhar pela idade. Falo isso por mim, que tenho 33. Na seleção têm que vir os melhores. Não podemos ter o luxo de convocar um menino de 17 anos, para dar visibilidade, se ele não está bem. Na seleção é o melhor sempre. Se o de 17 está bem, tem que estar aqui. É o momento, não importa se tem 38 ou 17", analisou Filipe Luís.

Apesar da confiança de que ainda podem ajudar a seleção, principalmente nesta Copa América, os veteranos sabem que o tempo com a camisa canarinho está no fim. Thiago Silva é quem melhor expressa essa consciência. E até por isso quer aproveitar um torneio importante em casa para mostrar seu valor e ajudar quem está chegando agora ao time.

"É mais do que natural que isso aconteça (reformulação). Com o tempo, vai acontecer. Não posso garantir que chegarei em 2022 (na Copa do Mundo no Qatar) com a mesma condição que cheguei hoje, jogando em alto nível. A seleção está muito bem servida. São oito mais novos chegando para agregar. É uma renovação inevitável, vai acontecer. O mais legal de todos os meninos é que eles chegam com grande ambição e grande responsabilidade. Todos têm que mostrar condições de jogar. E os mais velhos precisam ajudar pela maturidade", disse o zagueiro.

Fernandinho - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Fernandinho tem 34 anos e é um dos mais experientes da seleção brasileira na Copa América
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Os oito novatos citados por Thiago Silva são Militão, Arthur, Allan, Lucas Paquetá, David Neres, Everton e Richarlison. São jogadores jovens e que nunca disputaram nenhum torneio tão importante pela seleção brasileira principal. Há um reconhecimento interno de que os mais novos serão importantes a curto prazo, mas Fernandinho pede que não descartem os mais velhos.

"No Brasil existe essa cultura que o jogador depois dos 34, 35 anos não serve mais, fica velho. Em outros lugares do mundo não é assim, Europa, existem vários jogadores dessa idade em grandes clubes. Na verdade, o atleta atinge seu auge físico e maturidade por volta dos 31 anos. E, com certeza, quando começa a ter perda física, dá para compensar com experiência, posicionamento", ponderou o volante.