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CBF vê gol legal do Inter, e presidente do Bahia sugere 'aula de geometria'

CBF divulgou imagem para comprovar gol legal de Rodrigo Lindoso, do Inter, contra o Bahia - Divulgação/Comissão de Arbitragem da CBF
CBF divulgou imagem para comprovar gol legal de Rodrigo Lindoso, do Inter, contra o Bahia Imagem: Divulgação/Comissão de Arbitragem da CBF

Marcello De Vico

Do UOL, em Santos (SP)

13/06/2019 13h32

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), através da Comissão de Arbitragem, concordou com a validação do polêmico gol marcado por Rodrigo Lindoso na vitória por 3 a 1 do Internacional sobre o Bahia, na noite de ontem, no Beira-Rio, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro.

Ao UOL Esporte, o presidente da Comissão, Leonardo Gaciba, enviou imagens que, na visão da entidade, comprovam o gol legal do Inter. "Estão aí as imagens. Legal, comprovado", opinou.

Antes do contato da reportagem com o ex-árbitro, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, tomou conhecimento das imagens e classificou como inacreditável a resposta da CBF. No lance, o assistente inicialmente levanta a bandeira e o juiz anula o lance. Porém, o gol acaba validado depois de mais de três minutos de espera para a jogada ser revista pelo VAR.

No Twitter, o presidente do Bahia - que mais cedo havia solicitado as imagens usadas pelo VAR - expôs as fotos enviadas por Gaciba à reportagem e sugeriu uma 'aula básica de geometria (e de ética)' à entidade.

"Resposta da CBF sobre o VAR é inacreditável. 1) Envia imagem a jornalistas e não ao clube que financia a tecnologia. 2) Mede a mão de Lucas como se fosse o pé de Jackson. 3) Usa linhas paralelas em vez de usar ponto de fuga. Aula básica de geometria (e de ética) faria bem", postou o presidente, que ainda lamentou a atitude da CBF em 'não reconhecer o erro'.

Em uma longa entrevista após o jogo e em postagens nas redes sociais, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, defendeu que a tecnologia irá mais atrapalhar do que ajudar se as pessoas não estiverem preparadas para usá-la. Ele ainda descartou pedir a anulação do jogo.

"Não acho que é caso de anulação. Eu estudei bastante as regras do VAR, votei favoráveis a elas. No meu entendimento, não se encaixa, neste caso, um pedido de anulação. O que o Bahia provoca, neste caso, é, primeiro, que o sistema seja aprimorado basicamente com o aprimoramento das pessoas que lidam com ele. E a segunda coisa é, se houve erro... E repito. Se houve o erro, eu quero ser cauteloso, apesar de as imagens, pelos ângulos que a gente tem, serem muito claras. Se houve erro, que essas pessoas sejam punidas. Por quê? Porque a gente sofre nossas punições. Nosso treinador recebe um cartão amarelo. Nosso jogador recebe um cartão vermelho quando erra. A gente toma gol quando erra. As pessoas, quando erram, precisam ser punidas. Se identificado, vai punir", disse em coletiva.

Guilherme Bellintani, presidente do Bahia - Felipe Oliveira / EC Bahia - Felipe Oliveira / EC Bahia
Imagem: Felipe Oliveira / EC Bahia
"O Bahia afirma, novamente, que não vai protestar apenas por um resultado de um jogo. O que a gente protesta é para que o sistema do futebol brasileiro seja competente o suficiente para se estruturar e para conseguir avançar de forma plena, de forma que não prejudique o Bahia, não beneficie o Bahia e não prejudique ou beneficie qualquer outro clube do futebol brasileiro. Então eu tenho esperança. Eu sei da responsabilidade que a gente tem como dirigente e que a CBF tem como entidade que organiza isso tudo. Mas, se as pessoas que organizam não entenderem que é preciso parar para ajustar, a gente vai colocar a perder uma coisa que é muito importante, que é uma tecnologia que, no meu entendimento, veio para somar, para resolver", acrescentou.

Na última rodada do Campeonato Brasileiro, o presidente do Bahia já havia pedido esclarecimentos à CBF pelo fato de o árbitro Thiago Duarte Peixoto não ter acionado o VAR em um suposto pênalti em cima de Artur no empate sem gols com o Ceará.

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