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Bolsonaro deseja ir a campo, COL topa, e presidente pode até entregar taça

Mauro PIMENTEL / AFP
Imagem: Mauro PIMENTEL / AFP

Marcel Rizzo e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/07/2019 14h19

O Comitê Organizador da Copa América entende ser normal a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, em campo antes e no intervalo de jogos. Ele já falou em descer para o gramado na final no Maracanã, no domingo. Apesar da postura do comitê, nenhuma das cinco últimas Copas do Mundo teve chefe de Estado circulando pelo campo para volta olímpicas. Costumeiramente, gestores do tipo descem para entrega do troféu.

Na semifinal diante da Argentina, Bolsonaro desceu ao gramado no intervalo entre aplausos e vaias para dar uma volta. Sua intenção é repetir a descida ao campo na decisão segundo declaração nesta sexta-feira.

"Pretendo domingo não só assistir à final do Brasil com o Peru. Bem como, se for possível e a segurança me permitir, iremos ao gramado. O povo vai dizer se nós estamos certos ou não", afirmou o presidente.

Segundo o Comitê Organizador, está confirmada sua presença no jogo, embora no gramado ainda não tenha nada fechado. Pelas regras da Copa América, a Conmebol define a cerimônia de encerramento.

"Sobre a presença do presidente, eles e outros dignatários vão ao campo no pré-jogo, às vezes no intervalo, como ocorreu. Para o domingo, não tem nada previsto do gramado. A expectativa é de que venha ao estádio para acompanhar o jogo", afirmou Thiago Jannuzzi, gerente de competições da Copa América.

Na Copa do Mundo de 2018, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da França, Emmanuel Macron, e a presidente da Croácia, Kalinda Grabar-Kitarovic, foram ao gramado para a entrega da taça. Macron tirou foto com os jogadores no gramado. Já a então presidente Dilma Rousseff entregou o troféu à Alemanha da tribuna do Maracanã, na final, o que é a praxe nos Mundiais.

Dentro da CBF, a presença de Bolsonaro nos jogos causa uma divisão de sentimentos: incomoda alguns, e agrada a outros. Há o temor de associar à competição a um presidente que polariza opiniões no país, com 32% de aprovação e 32% de reprovação pela última pesquisa Ibope. Mas há os organizadores da Copa América veem como impossível impedir que o presidente vá ao gramado se ele decidir fazê-lo.