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Como Palmeiras busca valorizar "atletas Crefisa" e evitar perdas

Guerra renovou com o Palmeiras até o fim de 2020 para ser emprestado ao Bahia - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Guerra renovou com o Palmeiras até o fim de 2020 para ser emprestado ao Bahia Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

07/07/2019 04h00

Os empréstimos do zagueiro Juninho e do meia Alejandro Guerra ao Bahia, concretizados nesta semana, são parte de uma estratégia do Palmeiras para evitar ou minimizar prejuízos com jogadores contratados com aporte financeiro da Crefisa. Além de desinchar o elenco e dar tempo de jogo a peças que não vinham sendo aproveitadas por Felipão, a diretoria aposta em uma valorização dos atletas para que eles sejam vendidos no futuro por um preço melhor.

Com a mudança nos contratos com a patrocinadora, ocorrida no ano passado após a Crefisa ser multada pela Receita Federal, o Palmeiras é obrigado a devolver à empresa de Leila Pereira os valores que foram investidos em contratações de jogadores, mesmo se isso significar prejuízo. Essa devolução acontece quando os atletas deixam o clube - seja por venda, seja por fim de contrato. A dívida pelo total investido começou na casa dos R$ 120 milhões e sofre correção monetária pelo CDI.

Juninho e Guerra são dois dos jogadores que chegaram com aporte financeiro da Crefisa. O zagueiro foi comprado do Coritiba em 2017 por 3 milhões de euros (cerca de R$ 10 milhões na época), e a patrocinadora entrou com metade do valor. Já o meia veio do Atlético Nacional, da Colômbia, em 2016, por um valor também na casa dos R$ 10 milhões.

Como nenhum deles está em alta, o Palmeiras dificilmente conseguiria recuperar esse valor caso ambos ficassem "encostados" no elenco alviverde. Os empréstimos possibilitam que os dois se valorizem em outros clubes. No caso de Guerra, inclusive, o Verdão só aceitou emprestá-lo após renovar por mais um ano o contrato do venezuelano, que se encerraria no final desta temporada. Se ele saísse de graça, o prejuízo aos cofres do clube poderia ser de R$ 12 milhões.

Já Juninho tem contrato com o Palmeiras até 2022. Outros exemplos de atletas que vieram com aporte da Crefisa são Borja (custou R$ 33 milhões), Deyverson (R$ 18 milhões), Lucas Lima (quase R$ 20 milhões), Luan (R$ 10 milhões) e Fabiano (R$ 6,7 milhões). Este último, aliás, também está sem espaço e pode ser negociado.

Entre o ano passado e este ano, o Palmeiras teve a oportunidade de reduzir a dívida com a patrocinadora ao receber ofertas milionárias do futebol chinês por dois de seus principais jogadores, Dudu e Bruno Henrique, que também contaram com investimento da Crefisa para serem contratados. Mas o clube, que vive condição financeira forte, optou por segurar a dupla e renovar os contratos, com valorização salarial.

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