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Brasileirão tem rodada com tensão do líder, choro de criança e 6 expulsões

Felipão, técnico do Palmeiras, na partida entre Ceará e o clube alviverde pelo Campeonato Brasileiro - Pedro Chaves/AGIF
Felipão, técnico do Palmeiras, na partida entre Ceará e o clube alviverde pelo Campeonato Brasileiro Imagem: Pedro Chaves/AGIF

Do UOL, em São Paulo

22/07/2019 04h00

Com apenas 11 de 38 rodadas disputadas, o Brasileirão 2019 ainda está distante da conclusão até mesmo de seu primeiro turno, mas o nervosismo já tomou conta de seus principais atores, dentro e fora de campo.

A jornada teve seis expulsões em nove jogos - vale lembrar que São Paulo e Chapecoense ainda vão jogar nesta segunda-feira (22). Já é mais que o triplo da média do campeonato até então. Nas primeiras dez rodadas, a arbitragem havia distribuído 16 cartões vermelhos (1,6 por partida).

O elevado grau de tensão foi demonstrado até mesmo por equipes que nem tiveram jogadores expulsos, como o líder Palmeiras na derrota para o Ceará, que encerrou invencibilidade alviverde de 33 partidas pela competição.

No Castelão, o volante Felipe Melo fez falta dura no meio-campo, levou o amarelo (que o suspende, de todo modo, do próximo jogo), não aceitou a punição e deu um soco na bola. Na visão do técnico Luiz Felipe Scolari, porém, esse não foi um caso isolado. Felipão disse que o descontrole emocional foi geral em sua equipe. "Se não tiver calma, vamos jogar tudo fora", disse. O estreante Ramires também pediu para que seus companheiros se esforcem para manter a cabeça no lugar.

O revés em Fortaleza, após eliminação pelas quartas de final da Copa do Brasil contra o Internacional, põe inesperada pressão em cima dos atuais campeões. Ainda mais com o Santos os seguindo bem de perto, com a mesma quantia de pontos na tabela, só ficando atrás por causa do saldo de gols.

Agressão viral

De todas as demonstrações de destempero na rodada, porém, nenhuma foi mais deplorável que um episódio do Gre-Nal nas arquibancadas do Beira-Rio. As imagens de uma torcedora do Grêmio sendo agredida por colorados, à frente de uma criança, chorando, com uma camisa gremista, viralizaram e causaram indignação nas redes sociais.

O presidente do Inter, Marcelo Medeiros, afirmou que sua diretoria vai analisar as imagens para tomar providências. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) também vai avaliar o caso, e há chance de o clube ser punido. O Grêmio afirmou que sua torcedora já foi identificada, oferecendo apoio.

No final, não ajudou o fato de os jogadores terem se envolvido em mais uma confusão pelo Gre-Nal, após troca de empurrões entre os volantes Edenílson e Rômulo. Os técnicos Renato Gaúcho e Odair Hellmann também bateram boca.

Saindo mais cedo

Zagueiro Gilson, do Botafogo, é expulso em partida contra o Santos - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

A média de 1,6 expulsão por rodada já teria sido excedida mesmo se mencionássemos só os duelos entre Botafogo e Santos e entre Vasco e Fluminense.

No primeiro, improvisado na lateral direita, o zagueiro Lucas Veríssimo deixou os vice-líderes a perigo no Rio no início do segundo tempo. Mas o time de Jorge Sampaoli soube contornar essa desvantagem por 20 minutos, até o defensor Gilson também ser mandado para o vestiário, e buscou a vitória.

Já os zagueiros Digão e Frazan, expulsos contra o Vasco num dos clássicos da rodada, entraram na conta de "avermelhados" do Fluminense. A equipe de Fernando Diniz agora soma cinco expulsos, quesito que lidera com folga neste Brasileirão. Quando teve 11 em campo, por 57 minutos, o Flu ficou à frente no placar (1 a 0). Os dois gols da virada vascaína saíram, então, em menos de dez minutos.

O atacante Arthur Caike, do Bahia, foi para o chuveiro muito mais cedo, aos 42min do primeiro tempo, em partida contra o Cruzeiro. Ao menos seus companheiros compensaram sua ausência e seguraram um empate sem gols, em casa. Outra expulsão que não interferiu no placar final foi a de Berrío, atacante colombiano do Flamengo, que acertou uma cotovelada no equatoriano Sornoza, já nos acréscimos, no empate por 1 a 1 com o Corinthians.

O único jogo de relativa tranquilidade foi CSA 0 x 4 Athletico-PR, no qual o árbitro Ricardo Marques Ribeiro aplicou apenas três cartões amarelos.