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Brasileirão - 2019

"É bonito ver o Santos, mas já saiu de três competições", diz Felipe Melo

Jorge Sampaoli, técnico do Santos, é uma das sensações da temporada brasileira - Bruna Prado/Getty Images
Jorge Sampaoli, técnico do Santos, é uma das sensações da temporada brasileira Imagem: Bruna Prado/Getty Images

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo

06/08/2019 14h49

O Santos é o líder do Campeonato Brasileiro e tem sido exaltado pelo futebol ofensivo imposto pelo técnico Jorge Sampaoli. Já o Palmeiras, campeão nacional no ano passado e atual segundo colocado, sofre críticas por apostar em um estilo mais conservador com Luiz Felipe Scolari. Hoje, em entrevista coletiva na Academia de Futebol, Felipe Melo tratou de acirrar ainda mais as discussões sobre o tema. O volante elogiou o desempenho do rival, mas fez ressalvas.

"São várias formas de jogar futebol. Cada treinador tem a sua. Jogamos contra o atual líder, que tem a posse, e foi 4 a 0 para o Palmeiras. E é realmente bonito ver o Santos jogar, mas já saiu de três competições (Campeonato Paulista, Copa Sul-Americana e Copa do Brasil, enquanto o Palmeiras ainda disputa a Libertadores). Então, enquanto a gente está viajando para jogar, o Santos descansa, tem tempo para trabalhar. O Santos é gigante, tem comissão técnica importante e grandes jogadores. E tem o tempo para trabalhar, para analisar seus erros e os do adversário. Cada um joga de sua forma. Nosso time verticaliza muito. Você pega o Grêmio, o Flamengo, e eles trocam muito mais passes, 300 passes certos, mas para o lado e para trás. A gente joga para frente, vira o jogo", analisou.

O palmeirense foi perguntado ainda sobre o quanto a chegada de estrangeiros pode ajudar o futebol brasileiro a se desenvolver. Felipe Melo até elogiou Sampaoli e o português Jorge Jesus, mas fez um apelo para que torcedores e jornalistas não deixem de valorizar o "produto nacional". Além disso, apostou que as chegadas de atletas de renome, como Filipe Luís, Daniel Alves e Juanfran deixarão o Brasileirão ainda mais competitivo.

"Os times estão se fortificando e o campeonato fica ainda mais difícil do que já é. Os estádios voltam a encher, os clássicos começam a chamar mais a atenção, a rivalidade aflora. São grandes treinadores, é sempre muito importante. Mas temos que saber também valorizar nosso produto. É muito fácil elogiar o de fora. Vem alguém de fora, faz uma coisinha e já falam que é ídolo. Aí um nosso, com toda uma trajetória na base, jogador ou treinador, não é valorizado", ponderou.

Felipe Melo também confessou que não pretende ser técnico no futuro, apesar do gosto por brincar de treinador em jogos eletrônicos: "Acho que treinador não dá, não. Vou fazer curso e tudo mais, mas não me vejo como treinador. Quando parar, quero estar mais junto dos meus filhos e treinador ocupa ainda mais tempo que o jogador. A gente chega 15h e sei que às 11h o Felipão já está aqui. Vamos embora às 18h e ele fica até 20h. Eles são tarados por futebol. Eu também. Em casa assisto, jogo no Playstation, no computador com Football Manager. Mas para ser treinador, não sei. Dentro do futebol, de alguma forma, gostaria de seguir. Futebol é minha vida. Já chorei muitas vezes pra alcançar o sonho de ser jogador de futebol e isso vai se arrastar para o resto da minha vida".