Mano já havia avisado Cruzeiro sobre saída em caso de derrota para o Inter
Após a saída de Mano Menezes do Cruzeiro, comunicada depois da derrota para o Internacional, foi anunciado oficialmente que a decisão foi tomada em conjunto por diretoria e comissão técnica. A verdade, no entanto, é que o treinador já se sentia ineficiente à frente do clube. A saída era pensada há algum tempo.
Diante de recordes negativos, o comandante pediu demissão no último domingo (4), logo depois da derrota por 2 a 0 para o Atlético-MG, quando colocou o cargo à disposição do clube. Porém, escutou ainda no vestiário que contava com a confiança dos principais nomes do departamento de futebol. O diretor-executivo Marcelo Djian foi quem agiu para impedir uma saída do comandante ainda no fim de semana. Ele tinha a anuência de Itair Machado, afastado do cargo de vice-presidente de futebol, para mantê-lo na função.
No entanto, a derrota para o Internacional, no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil, seria o suficiente para um novo pedido de demissão do gaúcho.
Mano não suportou o revés no Mineirão e pediu para sair ainda no vestiário. O desejo já era antigo. Mesmo com a diretoria favorável à sua manutenção, o técnico foi incisivo: ele queria deixar o cargo imediatamente.
O pedido do gaúcho foi feito a portas fechadas, e Marcelo Djian já sabia que a solicitação ocorreria. O diretor de futebol foi quem esteve no vestiário ao lado de Marcone Barbosa, gerente de futebol do clube. Além da dupla, os assistentes do comandante - o auxiliar técnico Sidnei Lobo e o preparador físico Eduardo Silva - também foram ao local para participar da conversa. Os demais membros da comissão técnica se retiraram para que houvesse a reunião que culminou em sua saída.
Enquanto Mano pedia demissão no vestiário, membros das diretorias de Cruzeiro e Mineirão ajeitavam a sala de imprensa do estádio para a aparição de dirigentes. O cenário estava armado para a saída do técnico, anunciada logo após a reunião.
Mano comunicou a saída na sala de imprensa do estádio: "Gostaria de, juntamente com o Marcone (Barbosa) e Marcelo (Djian), comunicar oficialmente que a gente interrompe o trabalho no Cruzeiro. Entendemos que era o momento de fazer isso e que nós não poderíamos continuar essa fase difícil do Cruzeiro. São 18 jogos e uma vitória, no futebol isso não se sustenta. A decisão partiu de uma consciência de que as coisas podem piorar. Mas elas não podem piorar", declarou.
O treinador tinha contrato com o Cruzeiro até o fim do ano. Tinha vencimentos de quase R$ 800 mil, incluindo salário com base na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e imagem.
Esta foi a segunda passagem de Mano Menezes pela Toca da Raposa II. O técnico esteve à frente do clube por 235 jogos, com 112 vitórias, 69 empates e 54 derrotas. Sob a batuta do gaúcho, o elenco marcou 333 gols e sofreu 205.
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