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Intoxicação de piloto pode ser causa de acidente que matou Emiliano Sala

Emiliano Sala, quando ainda era atacante do Nantes - Elyxandro Cegarra/NurPhoto via Getty Images
Emiliano Sala, quando ainda era atacante do Nantes Imagem: Elyxandro Cegarra/NurPhoto via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

14/08/2019 11h03

A autópsia realizada em Emiliano Sala, jogador que morreu após o avião que o transportava cair no canal da Mancha em 21 de janeiro, apontou que o corpo do ex-jogador apresentou alto nível de monóxido de carbono.

Segundo reportagem publicada hoje (14) pelo "The Guardian", exames toxicológicos constataram que o atleta tinha um nível elevado de monóxido de carbono no sangue. Na quantidade identificada, a substância pode causar desorientação, convulsões ou ataques cardíacos.

"Os perigosos níveis de monóxido de carbono encontrados no corpo de Emiliano Sala levantam muitas questões entre os familiares do jogador. A forma que ele morreu determinará o curso do inquérito. A família acredita que é necessário um detalhado exame técnico do avião. A família e o público precisam saber como o monóxido de carbono entrou na cabine. A segurança de futuros voos envolve saber o máximo possível sobre essa questão", explicou Daniel Machover, advogado que representa a família do atleta.

Inspetores da Agência de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB, na sigla em inglês) disseram que o cockpit da aeronave não se separou da cabine, o que leva a crer que o piloto Davi Ibbotson, cujo corpo não foi encontrado, também foi afetado pela substância, o que reduziria sua capacidade de pilotar.

Ainda de acordo com a publicação, o gás, que é incolor e inodoro, é produzido em grande quantidade pelo motor a pistão do avião. Ele deveria ser extraído pelo sistema de exaustão, mas possíveis vazamentos no sistema de aquecimento e de ventilação poderiam trazer esse gás para dentro da cabine.

Embora os investigadores não tenham divulgado uma conclusão oficial sobre o acidente, este reporte divulgado pela AAIB poderia explicar por que o avião caiu milhares de pés em segundos após dar um giro de 180 graus.

Mesmo com a divulgação do resultado da autópsia, ainda existem questões abertas sobre o tema, como as condições da aeronave e a validade da licença de David Ibbotson para pilotar. O órgão responsável pela investigação confirmou que segue analisando as questões que envolvem o caso.

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