Neymar ignora Leonardo e atrapalha plano de reaproximação do PSG

O Paris Saint-Germain traça planos de aproximação a Neymar. O desgaste criado com os três meses da fracassada tentativa do jogador de voltar ao Barcelona faz o clube francês se mover nos bastidores em um processo para acalmar o camisa 10. No entanto, a relação com o diretor esportivo do PSG, Leonardo, ainda é vista por pessoas próximas do jogador como ponto principal do seu descontentamento atual.

Neymar ignora Leonardo nos corredores do PSG. Avalia que o diretor esportivo preferiu persegui-lo em seu começo de trabalho no clube sem jamais o ajudar na busca pela transferência ao Barcelona. As poucas conversas entre eles só aconteceram para o dirigente levar a posição do clube sobre altas exigências e improbabilidade de negociação.

Foi Leonardo quem bolou a reação pública do PSG sobre a ausência de Neymar na primeira semana de treinos do elenco, no início de julho. O brasileiro tinha acordo para retornar em outra data feito com o português Antero Henrique, que foi substituído por Leonardo no cargo de diretor. "O clube repudia a ação de Neymar e vai tomar as medidas cabíveis", diz texto publicado na ocasião.

Veja também

Em Miami, Neymar janta com lateral-direito Gabriel antes de se apresentar à seleção brasileira

André Rocha: Permanência "forçada" é última chance para Neymar amadurecer

Bolívia: Se ficar no PSG, Neymar vai encarar o clima pesado que ele mesmo criou

Na chegada do brasileiro, a primeira reunião de Leonardo com o elenco foi carregada por um discurso de profissionalismo e uma indireta a Neymar: "Vou falar em francês e quem não entender precisará fazer um curso", declarou o dirigente. O camisa 10 já recebia críticas internamente por não dominar o idioma francês após dois anos morando em Paris.

Na viagem de pré-temporada a China, Neymar deixou público o descontentamento com Leonardo. Enquanto acompanhava o treino do elenco no gramado. O dirigente era cumprimentado por todos os jogadores, exceto pelo camisa 10, que sequer olhava em sua direção.

"Neymar é um jogador extraordinário. Eu não o conhecia, nunca tinha visto ele. E eu acho que com o tempo eu estou apreciando o jeito que ele é. Ele é um bom garoto e viveu muitas coisas. Ele é um jogador muito conhecido, muito importante. É claro que um jogador assim é muito importante, e é normal que a gente tem que tirar o melhor dele. Mas a relação hoje, falando a verdade, não é a relação mais tranquila que existe. Nossa relação hoje é complicada. Aconteceram coisas. É complicado", assumiu Leonardo, em entrevista concedida nessa sexta-feira (30).

Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, as palavras de carinho a Neymar fazem parte de uma estratégia do PSG. O dirigente acredita que cometeu excessos em relação ao jogador e sabe que seu posicionamento influencia no comportamento da torcida. Para o pai do atacante, por exemplo, os atos públicos de Leonardo levaram os ultras a xingar o camisa 10 na estreia do time no Parque dos Príncipes - vitória por 3 a 0 diante do Nimes, dia 11 de agosto.

Leonardo pretende primeiro se reaproximar de Neymar com elogios públicos. Outra medida adotada foi a de passar ao brasileiro a ideia de que o PSG esteve aberto a negociar com o Barcelona.

"A gente abriu a possibilidade de sua saída apenas nessa condição, mas ela nunca chegou. Ficamos abertos a falar sobre o Neymar, mas a verdade é que nossas exigências nunca estiveram próximas de serem atendidas", avisou Leonardo.

A proposta do Barcelona era de 130 milhões de euros, estando incluídos o zagueiro Jean-Claire Todibo e o meio-campista Ivan Rakitic, em definitivo, e o empréstimo por uma temporada do atacante Ousmane Dembélé. A negociação não avançou mediante as recusas de Rakitic e Dembélé, que não quiseram ir para o PSG. No entanto, o clube francês jamais sinalizou intenção de aceitar a oferta ao Barça.

"Eles chegaram com uma proposta faltando cinco dias para encerrar o mercado. Fica complicado desse jeito", explicou Leonardo.