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Edilson construiu rivalidade com Inter e terá torcida especial no Sul

Edilson, de costas, acertou socos em Rodrigo Dourado em um clássico Gre-Nal - Roberto Vinícius/Estadão Conteúdo
Edilson, de costas, acertou socos em Rodrigo Dourado em um clássico Gre-Nal Imagem: Roberto Vinícius/Estadão Conteúdo

Enrico Bruno e Marinho Saldanha

Do UOL, em Belo Horizonte e Porto Alegre

03/09/2019 04h00

Edilson foi personagem da disputa Gre-Nal nos últimos anos. Adversário do Inter na semifinal da Copa do Brasil pelo Cruzeiro, o lateral direito carrega rivalidade com o lado vermelho e terá torcida especial dos gremistas na capital do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira.

O time mineiro está atrás no marcador. Por ter perdido por 1 a 0 em casa, precisa fazer dois ou mais de margem para ir à final sem necessidade de pênaltis. Devolvendo vitória mínima a decisão vai para cobranças. Qualquer outro resultado dá ao Colorado a vaga.

E Edilson tem no Inter um oponente conhecido. Pelo Tricolor, empilhou momentos em que promoveu a rivalidade.

Em 2016, trocou socos com Rodrigo Dourado durante um clássico. Depois do jogo, postou em uma rede social emojis de luvas de boxe. Dias depois da briga, em entrevista coletiva, não se desculpou com o companheiro de profissão. "Não sou amigo dele, deixa para lá", disse.

Meses antes, ao comemorar uma vitória do Grêmio no Beira-Rio, ele havia arrancado a bandeirinha de escanteio da casa colorada e levado para o meio dos jogadores do Tricolor. Com ela nas mãos, dançou. Tudo em referência ao caso da "valsa dos 15 anos", quando Eduardo Sasha, hoje no Santos, provocou os gremistas.

"O Beira-Rio é o salão de festas de todo gremista. Como a equipe deles às vezes comemora de uma forma, nós temos a nossa. Está todo mundo feliz. O jogador não tem que se motivar com o adversário. Nós temos que comemorar, e eles ficarem quietinhos", disse na ocasião.

Quando o Grêmio conquistou a Libertadores de 2017, no retorno a Porto Alegre, Edilson escreveu mais um capítulo na rivalidade particular com o Inter. Com microfone nas mãos, entoou o grito "um minuto de silêncio, para o Inter que está morto" ao lado de companheiros pelas ruas da capital. A provocação é lembrada até hoje quando o Tricolor vence clássicos.

Por fim, já pelo Cruzeiro, no duelo do Brasileiro deste ano, em maio, acertou uma cotovelada em Nico López, iniciando uma confusão nos minutos finais do jogo - o lateral acabou expulso. Depois, porém, pediu desculpas e garantiu não querer saber de rixas.

O histórico repleto de eventos faz do jogador, mesmo longe, um dos mais lembrados pela torcida do Grêmio. Edilson é o assunto quando há qualquer confronto com o Inter e carregará o apoio dos gremistas no duelo desta quarta. Se depender do jogador, pelo menos no discurso, não haverá motivação extra para enfrentar o ex-rival, e essa condição só será alimentada pelos torcedores.

"O sentimento é de estar jogando uma semifinal de Copa do Brasil e estar podendo chegar a uma final de novo. O Inter era meu rival até um tempo atrás, quando eu estava no Grêmio, mas agora estou em outro clube, estou no Cruzeiro. Então, eu tenho que pensar nisso, é jogo decisivo e tem a mesma importância", disse o lateral, após a vitória da Raposa sobre o Vasco, no último domingo, no Mineirão.

Apesar de já conhecer bem o Inter e de saber como é jogar contra no Beira-Rio, Edilson não vive um bom momento no Cruzeiro e terá que lidar com uma situação delicada. Primeiro porque ele nunca conseguiu repetir em Minas seu bom futebol do Rio Grande do Sul, e é cada vez mais criticado por causa desse futebol. A chegada de Orejuela (que está com a seleção colombiana) no início do ano tornou iminente a mudança na lateral direita do time, que acabou se concretizando no mês de maio, quando Edilson precisou tratar um estiramento na panturrilha.

Após a Copa América, Edilson voltou de lesão, mas não ganhou muitas oportunidades. Para piorar sua situação, foi mal nos breves momentos que entrou em campo até aqui: recebeu dois cartões amarelos, e consequente vermelho, contra o Avaí em um intervalo de 15 minutos. além de ter falhado no gol de empate sofrido para o CSA, já nos acréscimos. Visivelmente fora de ritmo, ele terá amanhã uma nova chance de se redimir e tentar ajudar o clube a alcançar sua terceira final seguida no torneio.