Topo

Internacional

De "negocio de ocasião" a titular: Bruno revive melhor momento no Inter

Bruno, lateral direito do Inter, em ação contra o Corinthians pelo Brasileiro - Ricardo Duarte/Inter
Bruno, lateral direito do Inter, em ação contra o Corinthians pelo Brasileiro Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

06/09/2019 04h00

Bruno chegou ao Inter sem a perspectiva de assumir titularidade imediatamente. Zeca era o dono do posto. A contratação, num negócio de ocasião após o término do vínculo com o Bahia, resultou na contratação sem muito holofote. Mas o tempo se encarregou de colocar o ex-jogador do São Paulo como dono da lateral direita e revivendo seu melhor momento.

Bruno viveu o ápice no Fluminense e no São Paulo. Foi campeão do Brasileiro, jogou Libertadores, mas quando optou por deixar o Tricolor Paulista não estava atuando com regularidade. Agora, no Inter, aos 34 anos, revê os momentos bons.

"É meu melhor momento [desde a época do Fluminense], estou muito feliz. Sei que tenho muito a evoluir e crescer. Mas agradeço aos torcedores. Estou realizando um sonho de estar vestindo essa camisa. Espero ter sequência e que nós consigamos fazer um bom trabalho para conquistar títulos", disse em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

"Buscamos sempre disputar grandes títulos, grandes campeonatos, num clube muito grande que é o Inter. Tive uma boa passagem pelo Fluminense, fui campeão brasileiro, três anos lá. No São Paulo foram quatro anos, também um clube gigante, jogando Libertadores. Tive a chance de sair para o Bahia porque não tinha tanta oportunidade. Naquele momento eu precisava jogar. E foi o que aconteceu. Consegui ajudar o Bahia também. E veio o Inter. Temos que pensar sempre em evoluir, pensar bem nas possibilidades e conquistas", completou.

Bruno, lateral direito do Inter, em partida contra o Flamengo pela Libertadores - Ricardo Duarte/Inter - Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Bruno não chegou como "dono do posto". A construção da titularidade veio aos poucos, em treinamentos e jogos, nas chances que recebeu.

"A forma que fui recebido pelos companheiros pesou. O Inter me abraçou, o clube, só tenho a agradecer. É muito importante ter este respaldo, essa confiança. E nos treinamentos, a gente tem que trabalhar, focar muito... Estou feliz, sou um cara que batalha muito e quer sempre o melhor. Espero ainda evoluir e não parar por aqui", explicou. "Quando tive a oportunidade de jogar no Inter, nem pensei duas vezes. O jogador tem que ser inteligente. São muitos jogos, competições, sabia que a oportunidade iria surgir e precisaria dar conta do recado. Tem eu, o Zeca, o Heitor, que é um menino muito bom e nos ajuda muito. Só quem tem a ganhar é o clube", completou.

Até agora, são 21 jogos, um total de 1.627 minutos em campo com a camisa do Colorado. E a titularidade viria até antes. Porém, quando assumiria o posto, acabou se lesionando. Foi contra o River Plate, em Porto Alegre, pela Libertadores.

"É difícil, eu estava bem no jogo. A gente sente quando está bem, a torcida vem junto. Queria ajudar. Pensei umas 10 vezes antes de sair, aguentei ao máximo. Estava complicado, mas a gente sabe que de repente na vontade pode prejudicar um trabalho inteiro. De repente eu não seguiria do mesmo jeito, é melhor entra um companheiro bem. Mas foi difícil, pensei umas dez vezes antes de pedir para sair. Foi complicado", explicou.

Mas o rendimento fez com que ele retornasse após o período afastado por lesão. Depois de um tempo como suplente, foi a vez de Zeca se machucar, e Bruno assumiu o posto para encontrar o seu melhor momento no time.

"Conversamos muito, eu e o Zeca, um dá apoio ao outro. A gente fala que quando um não estiver legal, o outro estará ali. Cada um busca seu espaço e só o Inter tem a ganhar. Mas não tem nada de insatisfação, da minha parte ou da dele. Olhamos um no olho do outro e nos damos apoio. Dizemos: vai lá e arrebenta. Quem ganha não sou eu ou ele, é o grupo", contou. "A gente melhora o entrosamento no dia a dia. Sabemos melhor como o D'Ale joga, como o Nico quer a bola. É basicamente o tempo, o treinamento e a confiança. Nunca deixei de trabalhar forte, sempre querendo evoluir", acrescentou.

E o rendimento é sustentado em parceria com D'Alessandro. Pela direita, o entrosamento com o gringo dá suporte ao crescimento e arranca elogios do lateral.

"É muito gostoso jogar com o D'Alessandro. Conversamos muito nos treinos e a gente vê a vontade dele de ganhar. Ele tem isso no dia a dia, nos treinos, é gratificante. Se aprende muito com ele, nessa vontade, um cara que já conquistou tudo pelo Inter. No jogo a gente se acerta no mínimo detalhe, falamos rapidamente e nos acertamos. É um cara que me dá tranquilidade para jogar porque sustenta bem a bola, e na hora de ajudar ele fecha o lado e morre contigo até o final. Isso é muito legal. Ficamos muito felizes e agradecemos a chance de jogar com um exemplo", finalizou.

Com vínculo até o fim do ano, Bruno é um dos jogadores que iniciará o processo de renovação até o encerramento da temporada. Antes, porém, quer encerrar 2019 com o título da Copa do Brasil. Classificado para a final, o Colorado encara o Athletico Paranaense e, se levar a taça, quebrará um jejum de conquistas nacionais que dura 27 anos.

Internacional