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Seleção pode ter "nova" defesa e outras trocas para enfrentar o Peru

Tite orienta reservas da seleção brasileira antes de treino em Los Angeles, no Estados Unidos - Lucas Figueiredo/CBF
Tite orienta reservas da seleção brasileira antes de treino em Los Angeles, no Estados Unidos Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Bruno Grossi

Do UOL, em Los Angeles (EUA)

09/09/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Tite pode fazer mudanças no time titular para o amistoso contra o Peru
  • Daniel Alves, Thiago Silva, Alex Sandro, Arthur e Richarlison podem sair
  • Fagner, Militão, Jorge, Allan e David Neres estão perto de ganhar uma vaga
  • Neymar deve continuar como titular, com Vinícius Júnior como opção

É difícil imaginar que Tite vá repetir a escalação do empate contra a Colômbia para enfrentar o Peru na madrugada de terça para quarta-feira. No discurso e nos atos, o técnico mostra que o segundo amistoso desta data Fifa servirá de teste para quem ainda busca mais espaço com a camisa da seleção brasileira. O treino de hoje à tarde será decisivo para que esse plano seja colocado em prática.

Ciente das dificuldades que os colombianos poderiam — e conseguiram — impor, Tite adotou estratégia mais conservadora na última sexta-feira, em Miami. Só usou três das seis substituições possíveis e a formação titular escolhida foi aquela que parecia mais segura diante das opções, com jogadores mais experientes e acostumados a defender a seleção. O duelo contra o Peru, nesse cenário, serve como laboratório.

A programação imposta pela comissão técnica ontem endossa esse planejamento. Os dez jogadores que iniciaram o jogo com a Colômbia ficaram no hotel da seleção em Los Angeles, enquanto só os reservas e o goleiro Ederson participaram de trabalho técnico no estádio Banc of California. Além disso, o lateral-direito Fagner e o volante Allan foram escalados para conceder entrevista coletiva.

Assim, a chance de mudanças no time titular ganhou força. Pelo histórico de Tite, é improvável que os 11 sejam trocados de uma vez, mas as chances são grandes de que pelo menos os 20 atletas de linha saiam dos Estados Unidos com pelo menos alguns minutos em campo. E até para facilitar o trabalho de quem quase nunca joga pela seleção, a manutenção de pilares da equipe é importante.

Nessa linha, os favoritos a ganhar uma oportunidade desde o início contra o Peru são os laterais Fagner e Jorge, o zagueiro Militão, o volante Allan e o atacante David Neres. Fagner, além da entrevista de ontem, tem a seu favor o fato de que o titular Daniel Alves teve um processo acelerado de volta das férias após a conquista da Copa América e o início da passagem pelo São Paulo, tudo isso somado aos 36 anos de idade.

Fagner, lateral-direito do Corinthians, durante treino da seleção brasileira - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Fagner, lateral-direito do Corinthians, durante treino da seleção brasileira
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

"A gente não sabe quando a chance vem, então tem que estar sempre preparado. A vivência na seleção vai te preparando para esse momento. Quando aparecer, é preciso estar seguro do que fazer, com respaldo dos companheiros e da comissão", disse Fagner, que já tem passado algumas dicas aos novatos da defesa para entenderem os gostos de Tite, com quem trabalhou no Corinthians.

Na zaga, e por razões semelhantes às da provável saída de Dani, Thiago Silva pode ser poupado e dar lugar a Militão. O veterano do Paris Saint-Germain teve uma programação diferente de recuperação já quando se apresentou à seleção em Miami e isso deve se repetir diante do desgaste pelo jogo contra a Colômbia.

O caso de Jorge, que pode substituir Alex Sandro, passa pelo apreço que Tite tem pelo lateral-esquerdo do Santos. Já são mais de dois anos em que o técnico segue os passos do ala, que cresceu desde que voltou a jogar no Brasil e agora teve uma nova chance de ser convocado. Nos treinos, Tite o chamou para conversas particulares diversas vezes desde a semana passada.

Allan, outro que falou em entrevista coletiva sobre a chance de jogar, tende a ocupar o posto de Arthur. Tite vem tentando dar aos dois um pouco mais de "incisão" em campo, seja com passes, infiltrações ou chutes a gol. E o próprio volante do Napoli, da Itália, reconhece: "Preciso fazer mais gols para evoluir. Isso pode me ajudar a crescer profissionalmente na posição. Vou para aproveitar a chance".

Por fim, David Neres pode ser uma alternativa a Richarlison. Ao contrário do que aconteceu durante a Copa América, o atacante do Ajax tem treinado sempre aberto pela direita e, assim, cresceu de produção. No treino de ontem, Tite chegou a testar Vinícius Júnior nesse setor, mas a inversão foi rapidamente desfeita.

O próprio Vinícius admite certa dificuldade de atuar pela direita, como tem sido no Real Madrid. O técnico da seleção também falou sobre isso após o empate com a Colômbia e indicou que o ex-flamenguista é, nesta convocação, o substituto de Neymar. E como o astro deve novamente ser titular, a oportunidade para Vinícius pode pintar apenas no segundo tempo contra o Peru.