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Bustos trabalha na corda bamba no Santos; Odair já é bem avaliado

Fabián Bustos, técnico do Santos, lamenta durante partida contra o Corinthians - PETER LEONE/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO
Fabián Bustos, técnico do Santos, lamenta durante partida contra o Corinthians Imagem: PETER LEONE/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO

Lucas Musetti Perazolli

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

04/07/2022 04h00

Com apenas uma vitória nos últimos 12 jogos, o técnico Fabián Bustos vive o momento de maior pressão no comando do Santos após a derrota por 2 a 1 para o Flamengo, anteontem (2), na Vila Belmiro. O jogo contra o Deportivo Táchira-VEN, na quarta (6), às 21h30, pela volta das oitavas de final Copa Sul-Americana, pode ser determinante para o futuro do treinador.

A diretoria do Peixe está decepcionada não só com os resultados recentes, mas também com as escolhas e o que julgam ser uma falta de critério do argentino. Os dirigentes avaliam se a troca de comando vale a pena neste momento, em função das opções disponíveis no mercado.

Além disso, a cúpula entende que o Santos tem uma sequência favorável pela frente (Táchira e Atlético-GO, ambos na Vila) para Bustos fazer o time reagir após diversos tropeços. Caso decidam pela demissão, um nome que agrada é o de Odair Hellmann, livre no mercado após rescindir com o Al-Wasl, dos Emirados Árabes.

Internamente, o Santos avalia que derrotas contra Corinthians, Flamengo e Palmeiras eram "normais". Mas existe um incômodo com o desempenho aquém do esperado contra equipes de menores investimento, como o jogo de ida contra o Táchira e até mesmo na vitória diante do Juventude, quando o Peixe saiu atrás e conseguiu a virada após a expulsão de um atleta adversário. A goleada por 4 a 0 para o Corinthians foi considerada inaceitável.

Sobre as escolhas recentes do treinador, a diretoria vê teimosia em algumas decisões e entende que Bustos mostra pouco repertório e insiste em equipes sem criatividade no meio-campo, como foi contra o Flamengo, por exemplo, quando o técnico optou por escalar quatro atacantes. A mudança de critério em relação às utilizações de Carlos Sánchez e Ricardo Goulart, antes preteridos e agora opções em jogos importantes, é outro ponto que intriga os dirigentes. Bruno Oliveira demorou meses para estrear, tem ido bem e não ganha sequência.

Na entrevista coletiva após a derrota para o Flamengo, Bustos foi questionado sobre o momento de pressão e fez uma análise de seu trabalho à frente do Santos. Além disso, o técnico também cobrou a contratação de reforços.

"Tenho que fazer meu trabalho, tratar de ser competitivo e conseguir os resultados. Essa é uma equipe que quase caiu no Paulistão. Chegamos ao final, vencemos o último jogo e conseguimos nos manter na divisão. Algo que nunca havia passado, uma vergonha muito maior. No Brasileirão, vamos competir, ser parelhos em quase todos os jogos. O jogo que a gente jogou mal foi contra o Goiás como visitante. Na Copa do Brasil, passamos em três fases. Vergonha foi o que passamos da outra vez [contra o Corinthians]. Na Sul-Americana, agora temos a chance, em casa, de passar e continuar conseguindo. No Brasileirão também, tentar seguir ganhando", avaliou o argentino.

"A realidade é que todas as equipes estão se reforçando. A janela abre dia 18, é um tema que eu não controlo. Vocês sabem mais do que eu. Como está a situação, como estava no último ano e por que está difícil contratar. A realidade é que seria bom ter mais jogadores e ser mais competitivos", acrescentou.

Desde o fim de fevereiro no comando do Santos, Bustos é o técnico com mais tempo de trabalho na gestão do presidente Andres Rueda.

Apesar de indefinição, Santos mapeia mercado

Diante da incerteza sobre a permanência de Bustos, o Santos está atento às opções de treinadores no mercado. Odair Hellman é bem avaliado após trabalhos considerados bons em clubes com elenco mediano, como Fluminense e Inter. Renato Gaúcho, também livre no mercado, é um nome improvável. O Peixe não o vê com o perfil para o momento e é visto como caro em um primeiro momento.

Enquanto isso, Bustos prepara a equipe para enfrentar o Táchira. Com o empate em 1 a 1 na ida, na Venezuela, o Santos precisa vencer para avançar às quartas de final da Sul-Americana. Um novo empate levaria a decisão para os pênaltis.

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