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Grupo político de Ataíde retira apoio a Aidar no São Paulo

Grupo de Ataíde Gil Guerreiro não apoia mais o presidente Carlos Miguel Aidar - Gabo Morales/Folhapress
Grupo de Ataíde Gil Guerreiro não apoia mais o presidente Carlos Miguel Aidar Imagem: Gabo Morales/Folhapress

06/10/2015 20h23

A briga com o ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro deixou o presidente Carlos Miguel Aidar em maus lençóis. Nesta terça-feira, o grupo político Legião, cujo maior representante é o próprio Ataíde, retirou apoio a Aidar e agravou ainda mais a crise de gestão no São Paulo.

Fazem parte do Legião, além de Ataíde, cerca de 20 conselheiros, que significavam uma das maiores bases aliadas de Aidar desde o início da gestão. Esse é o segundo duro golpe de representatividade que o mandatário tricolor sofre em menos de uma semana.

Na semana passada, o Clube da Fé, outro de cerca de 20 conselheiros, segundo membros, seguiu o mesmo caminho. Foram motivados pelo caso "Iago Maidana" e outras polêmicas com as quais não concordaram. O grupo político tem entre seus integrantes mais notáveis o conselheiro e ex-superintendente de futebol do Tricolor, Marco Aurélio Cunha. Ao lado de outras figuras importantes, decidiu prestar apoio à situação no início deste ano, após ter sido a maior força oposicionista durante o pleito entre Aidar e Kalil Rocha Abdalla.

Ao mesmo tempo em que o apoio foi declarado, integrantes do grupo acabaram nomeados para cargos na diretoria, como Eduardo Alfano (relações internacionais) e Dorival Decoussau (institucional). Os dois seguiam na cúpula de Aidar até esta terça, quando a maior parte dos dirigentes entrou o cargo após a briga entre o presidente e Ataíde.

O presidente Carlos Miguel Aidar

Assim, o futuro político do São Paulo é incerto. A oposição se articula para forçar a renúncia do presidente. Na visão dos principais membros, é o caminho mais simples para tirar Carlos Miguel do poder, agora que ele perdeu força política. Um pedido de impeachment necessita de trâmites mais complexos. Para ser aberta a votação do impedimento no Conselho Deliberativo, é necessária presença de 75% dos conselheiros, de 240. A decisão sairia por maioria simples, 50% mais um.

"Ainda não dá para saber o que vai acontecer. Só temos que lamentar tudo isso, o fim daquilo que todos já desenhavam no clube", afirmou Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do Conselho Deliberativo.

Leco confirma que a briga entre Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro pode trazer sanções aos envolvidos de acordo com o estatuto do clube, mas alega que ainda é muito prematuro julgar o caso.