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Ataíde pede renúncia de Aidar e ameaça mostrar provas contra escândalos

08/10/2015 16h56

O cerco está fechado para o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar. Diante de um quadro político desastroso que motivou a destituição de toda sua diretoria, o dirigente sofreu outro duro golpe de Ataíde Gil Guerreiro. Após agredir Aidar e deixar o cargo de vice-presidente de futebol na última segunda-feira, Ataíde quer a renúncia do mandatário, sob a ameaça de apresentar provas contra escandâlos da gestão em caso de negativa.

O relato é de conselheiros que conversaram com Ataíde após a confusão e dizem ter tido acesso ao conteúdo da carta enviada para o presidente logo após a destituição do cargo, na terça-feira. No documento, segundo os mesmos relatos, o ex-vice diz ter provas que apontam as irregularidades no caso Iago Maidana e na negociação do zagueiro Rodrigo Caio com Atlético de Madrid e Valencia, da Espanha.

Grosso modo, a atitude de Ataíde teria o seguinte recado para Aidar: ou o presidente renuncia, diante da insustentabilidade do mandato após tantas polêmicas, ou a coisa ficará mais feia para ele, já que o ex-vice estaria disposto a contar tudo que sabe em reunião do Conselho Deliberativo.

Ao mesmo tempo, diversas alas do clube tentam convencer Carlos Miguel Aidar a renunciar. Uma reunião nesta quinta-feira, com a presença de ex-presidentes e os conselheiros Ives Gandra Martins e Antonio Claudio Mariz, pode definir a situação. Os importantes membros do clube vão apresentar o cenário atual a Aidar e esperar definição dele. Mostrarão as consequências caso ele decida permanecer no cargo a que tem direito, já que foi eleito legitimamente nas últimas eleições.

Ataíde Gil Guerreiro, ex-vice de futebol do São Paulo

Os membros da cúpula que se desligaram na última terça-feira ainda confiam na permanência do mandato da situação. Para isso, Aidar pediria licença e o vice geral Julio Casares assumiria. Em caso de renúncia, o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto de Barros e silva, o Leco, assume e convoca novas eleições para 30 dias. Ele mesmo pode ser candidato depois.

De qualquer forma, a situação de Carlos Miguel Aidar fica cada dia mais complicada. O influente conselheiro Marco Aurélio Cunha, líder da oposição nas últimas eleições, acredita que não há mais clima para a continuação da atual gestão.

- Moralmente, o mandato do Carlos Miguel acabou na última segunda-feira, quando ele apanhou do Ataíde. Ali, enterrou. Agora, a decisão de sair é muito pessoal. Só que se ele continuar, será um fantasma. Um mandato fantasma, um dirigente fantasma - declarou.